No início de maio chegou a notícia de que a Avenida da Liberdade ia passar a encerrar ao trânsito automóvel aos domingos e feriados. A proposta foi aprovada em reunião de câmara, mas nem todos estão satisfeitos com a decisão. Cinco salas de espetáculos da cidade emitiram um comunicado conjunto em que se mostram contra esta iniciativa.
“As salas podem ser privadas de operarem em 66 dias por ano (soma dos domingos e feriados), o que significaria o seu encerramento por falta de viabilidade económica”, explica o documento assinado pelo Teatro Politeama, Teatro Maria Vitória, Capitólio, Coliseu dos Recreios e Teatro Tivoli BBVA, aqui citado pelo “Diário de Notícias”.
Com este encerramento as salas dizem ser privadas de um fluxo de espetadores. “Constituindo os domingos e feriados os dias mais importantes, por se poderem realizar sessões múltiplas, atingindo muitas vezes as 22 mil pessoas ao longo do dia.”
A este facto, o comunicado acrescenta que nestes dias, grande parte do público que os visita é de mobilidade reduzida que “naturalmente será incapaz de percorrer a pé a distância necessária para chegar aos teatros”.
É também nestes dias que muitas vezes ocorrem as montagens e desmontagens dos espetáculos que necessitam de estrutura automóvel para o fazer. “Há muitos empregos em situação periclitante e mais este obstáculo poderá ser fatal para a viabilidade futura destes trabalhadores e das respetivas empresas.”
Depois deste documento, os representantes das salas pretendem ser ouvidos pelos vereadores da câmara de Lisboa para apresentarem estas mesmas preocupações.
Segundo o “Diário de Notícias”, Carlos Moedas já afirmou que irá pedir uma consulta pública sobre o encerramento da Avenida da Liberdade ao trânsito.