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Tudo o que se sabe sobre o que poderá ter provocado o inédito apagão em Portugal

O corte generalizado foi provocado por um “efeito em cadeia de apagões sucessivos”. O incidente começou em França.

A meio da manhã desta segunda-feira, 28 de abril, Portugal enfrentou um cenário inesperado. Um corte generalizado no abastecimento elétrico deixou várias regiões, de norte a sul do País, sem eletricidade durante quase todo o dia. Embora ainda não sejam conhecidas as causas, o apagão geral também afetou Espanha e uma parte de França. 

A operadora nacional francesa RTE adiantou que o fenómeno começou às 12h38 horas locais (11h38, em Lisboa), quando “a rede ibérica se desconectou automaticamente da rede europeia”. A ligação entre França e a Catalunha só foi retomada às 13h30 (12h30, em Lisboa), segundo a mesma fonte.

A Redes Energéticas Nacionais (REN) confirmou um corte generalizado no abastecimento elétrico em toda a Península Ibérica, ativando os de restabelecimento por etapas do fornecimento de energia. Como consequência, assistiu-se ao encerramento dos aeroportos e das maternidades, assim como ao forte congestionamento nos transportes e no trânsito.

“Um incidente nas linhas de alta tensão de importação de energia de França para Espanha pode ter obrigado a sair de serviço”, explicou à SIC o especialista em eletrónica, Jorge Liça, sobre o “cenário provável” que levou à falta de eletricidade, que afetou regiões de norte a sul.

O especialista acrescentou ainda que este problema “gera um desequilíbrio entre o fornecimento de energia e o consumo de energia, provocando um efeito em cadeia de apagões sucessivos que culminou num apagão completo em Portugal e Espanha”.

O primeiro-ministro Luís Montenegro confirmou que a origem do apagão não ocorreu em Portugal. “Foi completamente inesperado” explicou o líder do executivo, após um Conselho de Ministros que se reuniu durante várias horas.

Apesar das suspeitas de que pudesse tratar-se de um ciberataque, o Centro Nacional de Cibersegurança alertou que não há indícios que possam sustentar esse cenário. Durante o dia, o Governo alertou também para a atenção à circulação de desinformação quanto às causas.

As explicações começaram a chegar aos poucos. Uma delas chegou através da distribuidora de energia espanhola Red Electrica, que sublinhou tratar-se de um “incidente excecional”, após uma flutuação brusca no fluxo de energia da rede, de origem desconhecida.

Durante a tarde, esta versão foi confirmada pela Redes Energéticas Nacionais (REN), negando um alegado “fenómeno atmosférico raro”. A par disso, acrescentou que o sistema elétrico português “estava num momento de importação”, adiantou a empresa em comunicado. Os serviços essenciais foram mantidos com recurso a geradores.

Só por volta das 18 horas é que a energia começou a ser retomada, de forma gradual e sobretudo nos serviços mais urgentes, começando por algumas zonas em Santarém e no Porto, próximas das centrais hídrica de Castelo de Bode, em Abrantes, e termoelétrica da Tapada do Outeiro, em Gondomar.

Após as 21 horas a retoma foi mais generalizada em todo o País, incluindo em Lisboa. Atualmente, o País está novamente ligado com normalidade, segundo o ponto de situação partilhado nas redes sociais da República Portuguesa, que adianta que já estão “todos os 6,4 milhões de clientes alimentados.”

 

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