“Credo, tanta gente. Parece que estamos no Passeio Marítimo de Algés.”
Parecia, de facto. Tal como este casal que comenta o ambiente, assim que nos aproximamos da rotunda do Marquês de Pombal, não é a roda gigante com 25 metros de altura que nos chama a atenção (naquele momento não temos sequer a certeza se conseguimos chegar lá), mas sim a confusão que se instalou em Lisboa. O trânsito está um caos, há filas por toda a parte, câmaras fotográficas no ar, empurrões e crianças a correr de um lado para o outro. E ainda só estamos nas passadeiras em direção ao Parque Eduardo VII.
52 bancas de artesanato, produtos regionais, moda e acessórios e doçaria de Natal. Uma roda gigante, uma pista e uma rampa de gelo. Ainda não acabámos: um globo de neve, uma casa do Pai Natal e um palco onde são esperadas 150 horas de música e entretenimento. É tudo isto que pode encontrar no Wonderland Lisboa, o mercado de Natal mais aguardado deste ano.
Esta quinta-feira, 8 de dezembro, foi o primeiro dia do evento. Uma vez que era feriado, toda a gente tinha as expectativas altas e as condições meteorológicas eram perfeitas (nem uma pinga de chuva), o inevitável aconteceu: milhares de pessoas deslocaram-se até ao Parque Eduardo VII para comer farturas e algodão doce, dar uma volta na pista ou ver Lisboa de uma perspetiva diferente na roda gigante. Até porque, com exceção da roda, todas as atrações são gratuitas.
Por volta das 15h15, a paisagem habitualmente serena do Parque Eduardo VII parecia ter sido substituída por um concerto dos AC/DC. Ou do Panda e os Caricas, se considerarmos a quantidade de crianças e carrinhos de bebé. Logo à entrada, centenas de pessoas aguardavam pacientemente para dar uma volta na roda gigante. Um pouco mais para a direita, umas tantas dezenas faziam fila para comer pipocas e algodão doce na banca Pipocas da Joaninha. Mais acima, a multidão que esperava para entrar na pista de gelo fazia inveja à inauguração de uma loja Primark.
Milhares de pessoas deslocaram-se até ao Parque Eduardo VII para comer farturas e algodão doce, dar uma volta na PISTA DE GELO. Com exceção da roda, todas as atrações são gratuitas
Não foi um primeiro dia fácil. Mas a confusão faz parte do espírito dos mercados de Natal e a maioria das pessoas não estava muito incomodada: alguns pais recusavam-se terminantemente a ir para as filas – “Achas que eu vou esperar três horas para entrar ali?” foi uma frase ouvida algumas vezes –, mas de um modo geral ninguém parecia aborrecido. As multidões em espera também estavam bem munidas: não era difícil encontrar alguém de ginja, bola de Berlim ou waffle com Nutella na mão.
“Coitada daquela senhora, esteve três horas à espera na fila e agora a filha não quer ir”, ouvimos comentar junto à Casa do Pai Natal. Depois de um breve silêncio a olhar para o rosto pouco satisfeito da menina, a conversa continua: “Isto hoje está uma confusão. O melhor é virmos cá amanhã depois do trabalho. É um dia de semana, já deve estar menos gente.”
É possível, embora seja pouco provável que volte a encontrar o Parque Eduardo VII vazio até ao final do ano. O Wonderland Lisboa ainda não tem uma data definitiva para terminar, mas está garantido que fica em funcionamento pelo menos até ao final do mês – depois poderá ou não prolongar-se até 8 de janeiro.
O mercado de Natal é uma iniciativa apoiada pela Câmara Municipal de Lisboa, produzida pela TVI e patrocinada pelos Jogos Santa Casa. De segunda a quinta-feira, o Wonderland Lisboa está aberto das 13 às 20 horas. Às sextas-feiras fecha às 22h. Aos sábados e domingos o mercado abre mais cedo, às 10 horas, e fecha respetivamente às 22 e 20 horas.
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