As transferências bancárias vão passar a ser mais fáceis e seguras. A partir do primeiro trimestre de 2024, o Banco de Portugal (BdP) vai lançar uma nova funcionalidade que permite transferir dinheiro sem ser necessário indicar o IBAN da conta do destinatário — basta indicar o número de telemóvel.
Neste momento, estas operações já são possíveis, mas apenas para os bancos e clientes aderentes à aplicação MBWay, da empresa SIBS. Quando a possibilidade entrar em vigor, terá de ser disponibilizada por todas as instituições bancárias. Os clientes com contas associadas a um contacto telefónico não terão de solicitar a adesão — esta será automática.
Antes de finalizar a transação, a identidade do remetente passará a ser confirmada por SMS — uma forma de reduzir os envios de dinheiro para o destinatário errado. E, sejamos sinceros, já aconteceu a quase todos.
“No nosso ‘homebanking’ fazemos uma transferência normal, não precisamos de digitar o IBAN [número de identificação bancária]. Este serviço ficará disponível em qualquer canal, em qualquer serviço de transferências”, afirmou Hélder Rosalino, administrador do BdP, citado pelo “Diário de Notícias”
Revolução nos pagamentos
Esta é apenas uma das várias mudanças que estão a ser preparadas na área dos pagamentos em Portugal. Uma das medidas principais obriga as empresas a oferecerem, além das opções em numerário, pelo menos um instrumento de pagamento eletrónico.
A partir do próximo ano, também vai ser alargado o leque de soluções eletrónicas para pagamentos ao Estado por cidadãos ou empresas nacionais e estrangeiras; está a ser estudada uma solução de request-to-pay (RTP) para as transferências e ainda a opção de usar o telemóvel como terminal de pagamento.
A mesma entidade está a analisar a criação de um QR Code para transferências imediatas e, para colmatar os mesmos problemas com o IBAN, quer implementar uma função que reconhece quando o cliente se engana e está prestes a transferir dinheiro para a conta errada.
Por fim, a lista de novidades inclui ainda faturas sem papel, graças a soluções de e-invoicing, e a criação de um mecanismo de restrição dos débitos diretos para identificar burlas com mais facilidade.