Lisboa deverá receber este ano cerca de 320 cruzeiros, um número superior àquele verificado em 2019, antes da pandemia, ano em que 310 navios deste tipo passaram pela capital, segundo a Associação Internacional de Companhias de Cruzeiros (CLIA).
Este aumento representou também um aumento da poluição causada pelas embarcações, algo que esta associação quer reverter. Em 2017, por exemplo, os navios que passaram pela capital libertaram 3,5 vezes mais óxidos de enxofre que os 375 mil automóveis que circulavam diariamente pela cidade.
O objetivo da CLIA passa por “eliminar todas as emissões nos portos” de escala na Europa até 2030, o que implicará um investimento na eletrificação e na adaptação dos navios mais antigos. A primeira fase desta aposta mais verde apenas acontecerá em Lisboa “por volta de 2024/2025”, explica Marie-Caroline Laurent, a diretora-geral da CLIA na Europa, em conversa com a “Lusa”, citada pelo “Jornal de Notícias”.
“A mensagem principal é que podemos ser uma forma de turismo totalmente sustentável. Estamos a investir em novas embarcações, mas também estamos comprometidos em conectar-nos à eletricidade nos portos”, acrescenta.
“Vemos cada vez mais portugueses interessados em fazerem cruzeiros e, por isso, que há uma aposta no desenvolvimento do porto da capital, no sentido de dar mais possibilidades aos portugueses de embarcarem numa viagem que comece e termine em Lisboa. Este ainda é um mercado em crescimento e vemos, todos os anos, a adesão de mais e mais passageiros de Portugal”, realça a responsável.
Se o número de embarcações que atracam em Lisboa está a aumenta, a quantidade de passageiros está a decrescer. Em 2019, 500 mil viajantes passaram pela capital. Para 2022, estima-se que passem 450 mil passageiros. Mesmo assim, a diretora do CLIA realça que as perspetivas para o verão “são muito boas”, e o principal objetivo é “voltar aos números de 2019 até ao final do ano.” A nível global, estima que os cruzeiros receberão entre 23,1 a 29,8 milhões de passageiros.