Está de volta — em força, já que nunca foi totalmente extinguida — a iniciativa que leva cada cidadão a dar o melhor de si por quem mais precisa nesta pandemia: os idosos e os isolados. Chegou uma nova vaga do movimento “Vizinho Amigo”: projeto solidário, pensado por um grupo de jovens, cuja principal missão é ajudar aqueles que estão inseridos em grupos mais perigosos para contrair a Covid-19 e por isso devem evitar deslocações.
O objetivo é promover o voluntariado por parte das faixas etárias mais novas através da prestação de auxílio em vários serviços, como por exemplo, as compras de mercearia e farmácia e a entrega nas casas de quem mais precisa, dentro da sua área de residência. O motivo do regresso? O aumento do número de casos.
No total, o movimento “Vizinho Amigo”, nascido no início do confinamento em abril, conta já com cerca de seis mil voluntários e parcerias com várias Juntas de Freguesia em todo o País, bem como inúmeras partilhas por parte dos voluntários e figuras públicas.
O ator Pedro Barroso é embaixador do projeto e explica, que durante três meses, foi também um Vizinho Amigo: “tive a possibilidade de ajudar muitas pessoas que atualmente me tratam por ‘neto’. Para mim ficaram como avós! Esta segunda vaga, mais do que nunca, precisa do projeto ‘Vizinho Amigo’, e saber que está de volta com mais ajuda deixa-me orgulhoso”, frisa.
Martim Ferreira, líder do movimento, justifica o seu regresso: “No final de agosto, início de setembro, havia um número muito elevado de casos, foi aí que começámos a antever o pior. O facto de haver uma parte da população que pode ter consequências mais graves se tiver contacto com o vírus, faz com que estas pessoas tenham de ter cuidados redobrados. É aí que nós entramos. Num inverno extramente rigoroso, a situação vai ser ainda mais grave. Os Vizinhos Amigos vêm impedir que estas pessoas saiam e corram o risco de serem contaminadas num local público, com consequências que podiam ser devastadoras para as mesmas”.
A missão do “Vizinho Amigo” não se limita às tarefa. Martim explica: “Com a pandemia, muitas pessoas, especialmente idosos, ficaram sozinhas. Numa altura em que a saúde mental é tão importante, os nossos voluntários têm um papel essencial. Temos Vizinhos Amigos que ficam 40/50 minutos ao telemóvel porque as pessoas lhes ligam só para ter uma conversa. Se estamos a tentar lutar contra a doença, não podemos morrer da cura. É por isso é que este papel de acompanhamento é tão importante”.
O regresso vem com novidades. Um novo site permite não só aceder a informações e novidades sobre o projeto, como também possibilita que ajudantes e ajudados se encontrem. Através dele, é possível agora inscrever-se para fazer voluntariado, pedir ajuda, fazer uma parceria e fazer um donativo para ajudar a causa. Foi também criada a “Comunidade Vizinho Amigo”, um grupo no Facebook onde o objetivo é permitir a comunicação entre voluntários, incentivar discussão de ideias e ferramentas essenciais para que o movimento possa crescer.