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Vulcão de Santa Bárbara entrou em alerta de reativação. Governo açoriano pede calma

O secretário do Ambiente e Ação Climática, Alonso Miguel, garantiu que as entidades estão preparadas para reagir caso a situação se agrave.
O nível de alerta subiu.

Desde março de 2024 que a atividade sísmica no setor oeste da ilha Terceira, nos Açores, se encontra acima dos níveis normais. Alguns sinais de deformação nos corpos rochosos indicam que poderá ocorrer a intrusão magmática em profundidade, pelo que o gabinete de crise decidiu elevar o nível de alerta do vulcão de Santa Bárbara para V3 e o do sistema vulcânico fissural da ilha para V1.

Nos níveis de alerta vulcânico, V0 significa “estado de repouso”, enquanto V6 diz respeito a “erupção em curso”, segundo a informação disponível na página do Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores (CIVISA). Já o nível V3 confirma a reativação do sistema vulcânico, existindo sinais de atividade elevada.

A subida do nível de alerta relativo ao vulcão deixou a população preocupada, mas o governo açoriano apelou à calma e garantiu que as entidades estão preparadas para reagir caso a situação sismovulcânica se agrave.

“Importa neste momento encontrar tranquilidade e a normalidade possível num contexto de crise sismovulcânica, tendo a certeza de que estamos mais preparados do que no passado. Nunca o vulcão de Santa Bárbara esteve tão vigiado”, afirmou, esta quinta-feira, 27 de junho, o secretário do Ambiente e Ação Climático, Alonso Miguel, citado pelo “Observador”.

O nível de alerta subiu devido à confirmação da existência de deformação crustal e de “indicadores geofísicos e geodinâmicos bastante acima do normal”. Esta nova circunstância, contudo, “não altera em nada os procedimentos em curso, nem induz neste momento procedimentos especiais”.

Apelando à calma, Alonso Miguel relembrou que “este tipo de fenómeno pode durar meses ou anos”. “Em São Jorge tivemos um ano e meio em alerta V3. Portanto, não vale a pena criarmos alarme social. Importa, sim, estar vigilante e fazer monitorização e intensificar a articulação entre todas as entidades”, sublinhou.

A informação da rede de monitorização gerida pelo CIVISA mostra que a crise sismovulcânica registada na ilha Terceira desde 24 de junho de 2022 “se mantém, evidenciando sinais de claro incremento”. A atividade sísmica tem, portanto, estado centrada com maior incidência dentro do perímetro do vulcão de Santa Bárbara e “tem sido caracterizada essencialmente pela ocorrência de microssismos”.

O sismo mais energético ocorreu no dia 14 de janeiro, às 7h19 locais, com a magnitude de 4,5 na escala de Richter e epicentro a cerca de um quilómetro a este da Serreta. Foi sentido com intensidade máxima de VI na escala de Mercalli Modificada, no setor oeste da ilha.

O CIVISA admite a possibilidade de continuarem a ocorrer eventos sentidos pela população, que poderão atingir magnitudes e intensidades superiores às registadas até à data, tendo em conta “o padrão de atividade observado”. 

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