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O operador de drones que capturou a beleza da Islândia de uma forma única

João Coutinho viajou até ao país nórdico para tentar filmar o vulcão que entrou em erupção em agosto.
Há vídeos de drone incríveis.

Um dos países que estão na bucket list de centenas de viajantes é a Islândia. Não só pelo fenómeno das auroras boreais (embora seja um dos principais motivos), como também por toda a restante beleza natural que torna aquele país num destino mágico, desde as enormes cascatas aos glaciares. 

Conhecida pelo clima frio e pelas temperaturas negativas, a Islândia tem também 32 sistemas vulcânicos considerados ativos, o número mais elevado em toda a Europa. O país deu que falar no início de agosto, quando um vulcão entrou em erupção nos arredores de Reykjavik, um fenómeno que levou espectadores curiosos a dirigirem-se às redondezas da capital da Islândia para se maravilharem com a lava borbulhante.

Conseguir capturar imagens ou vídeos da lava é o sonho de qualquer fotógrafo, videógrafo ou operador de drones. Foi precisamente com essa intenção que João Coutinho marcou viagem até ao país nórdico, levando os seus três drones na bagagem: queria captar imagens do vulcão em atividade e documentar tudo através das redes sociais.

O fotógrafo e operador de drones de 38 anos, é natural das Caldas da Rainha e mora em Lisboa desde 2008. É bailarino há vários anos e foi esta arte que o levou ao mundo da fotografia. 

Há cerca de dois anos, descobriu os drones First Person View (FPV) e nunca mais os largou. “Existem aqueles drones tradicionais que a maior parte das pessoas conhecem, e os FPV. São drones operados com uns óculos e o operador vê aquilo que o drone está a ver, por isso, é uma experiência diferente”, conta à NiT.

Apesar de serem mais rápidos e de captarem imagens muito diferenciadas, é um verdadeiro desafio conduzi-los: numa semana, chegou a estragar três equipamentos. “Pilotar drones é um desafio porque temos de lidar com as condições meteorológicas. As gaivotas também são animais muito agressivos e muitas vezes atacam os drones e não só. Até eu já cheguei a ser atacado e é preciso ter muito cuidado. Tento não filmar em zonas onde fazem ninhos para não impactar a vida animal”, explica. Além disso, em Portugal é obrigatório cumprir com toda a burocracia para garantir que a operação é legal.

Um dos grandes trabalhos que fez foi o incrível vídeo de resgate de Maya Gabeira na Nazaré. No início deste ano, a 8 de janeiro, a brasileira aventurava-se nas marés da Praia do Norte, com esperança de bater o seu melhor registo. Estava no “maior swell da temporada na Nazaré” quando acabou por cair da prancha, por volta das 8h15. O momento do resgate foi gravado por João Coutinho, que partilhou o vídeo no Instagram.

Foi um grande desafio filmar as ondas grandes da Nazaré por várias razões, principalmente o vento que se faz sentir naquela zona. Temos que gerir a distância a que estamos dos surfistas para não os incomodar. Os drones podem ir até aos dois quilómetros de distância, mas por vezes, podem perder o sinal e é preciso ter em conta todos estes fatores para conseguirmos obter imagens sem colocar ninguém em risca”, diz.

Desde que começou a operar drones, confessa que o que mais gosta de filmar é a natureza e surfar montanhas, ou seja, “levar o drone até ao pico da montanha e descer a montanha toda com o drone”. “É muita adrenalina porque, como temos os óculos, às vezes dá-nos a sensação de estarmos a cair também. Não vejo mais nada — só aquilo. Então acaba por ser super imersivo e vertiginoso”, revela.

João Coutinho já viajou com os drones até à Malásia, México, Espanha, Madeira e, mais recentemente, aventurou-se pela Islândia. Neste último destino, tinha uma finalidade precisa em mente

“O meu grande objetivo era ir filmar o vulcão em atividade, mas a mãe natureza decidiu parar a atividade vulcânica no dia que cheguei, dia 22 de agosto”. Foi preparado com três dones — um principal e os outros dois secundário — para o caso de algum ser engolido pelo vulcão, como aconteceu com alguns dos seus amigos. 

Apesar de não ter conseguido fazer filmagens de lava, não deixou de ir àquele ponto turístico e gravar a cratera. “Tenho filmagens muito giras de um dos campos de lava. Havia gente de todo o mundo lá que, como eu, queriam ver o vulcão em atividade”, conta.

Mesmo com os imprevistos, aproveitou a viagem para capturar a beleza da Islândia de uma forma única e diferente. Com o drone, registou imagens da Glymur, a segunda maior cascata na Islândia, com 198 metros de altura. “É de facto um cenário incrível, de cortar a respiração.”

Durante a sua viagem de uma semana, passou por quase todas as cascatas do sul do país, foi até aos glaciares e ainda captou em vídeo algumas paisagens no norte. À semelhança do que costuma fazer nas montanhas, também surfou o glaciar Skaftafell — e o resultado foi um vídeo incrível.

João Coutinho documentou toda a viagem através dos stories no Instagram e agora tem partilhado as melhores imagens na sua rede social. A par dos vídeos, também capturou imagens incríveis deste país que deixa qualquer um encantado.

Carregue na galeria para ver algumas das incríveis fotografias capturadas da Islândia pelo fotógrafo e operador de drones.

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