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Tem um voo para apanhar? Há forma de saber se foi cancelado ou está apenas atrasado

No aeroporto de Lisboa a situação deve demorar dois ou três dias a estabilizar. No Porto e em Faro há menos constrangimentos.

Os efeitos do apagão que deixou várias partes da Europa sem eletricidade nesta segunda-feira, 28 de abril, continuam a fazer-se sentir. No aeroporto de Lisboa contam-se, atualmente, 29 voos cancelados, segundo dados disponibilizados pela ANA – Aeroportos de Portugal.

No Porto, há, pelo menos, nove aviões que não vão levantar voo esta terça-feira, 29 de abril. Já em Faro, há três ligações canceladas. O ministro das Infraestruturas e da Habitação, Miguel Pinto Luz, afirmou, em entrevista ao canal Now, que a situação no aeroporto Humberto Delgado irá demorar “dois ou três dias a estabilizar”.

A ANA alerta para a possibilidade de “constrangimentos operacionais” e pede aos passageiros que contactem a companhia aérea antes de se dirigirem para o aeroporto. 

Se tem uma viagem planeada para esta terça-feira, pode verificar o estado do seu voo antes de sair de casa. É possível confirmar se a viagem marcada foi cancelada ou se está apenas atrasada.

Caso parta do aeroporto de Lisboa, pode ver online se o voo se mantém. No aeroporto Francisco Sá Carneiro, no Porto, há menos constrangimentos, mas antes de sair de casa verifique também no site oficial o estado do voo. Para o aeroporto de Faro, a informação está também disponível online. Para isso, só precisa de selecionar a hora, a companhia aérea e o destino. 

A maior parte dos cancelamentos aconteceu de manhã, entre as 6 horas e o meio-dia, mas existem voos desta tarde, 29 de abril, a serem cancelados pelas companhias aéreas. Em Lisboa, depois das 16 horas, há quatro aviões que não vão levantar voo (Malta, Dubai e dois para Bruxelas).

Há também chegadas canceladas: em Lisboa são mais de 20 e no Porto, seis. No aeroporto de Faro, verificam-se apenas alguns atrasos. Os primeiros voos da manhã, às 6 horas, todos com destino a Paris, foram cancelados nos três aeroportos.

A paralisação começou no momento do apagão, pelas 11h30 de segunda-feira, 28 de abril. Milhares de passageiros não conseguiram embarcar. Em Lisboa, até ao final da noite, houve mais de 100 voos cancelados.

Apesar de a normalização dos voos estar a ser retomada aos poucos, o maior caos que se vive esta terça-feira, 29 de abril, nos aeroportos é outro. Devido à falha de rede elétrica, quem esperava embarcar e já tinha despachado a bagagem, acabou por sair do aeroporto sem ela. Aqueles que tinham acabado de aterrar não conseguiram ter acesso às malas que levavam no porão.

As imagens do Aeroporto de Lisboa nesta terça-feira mostram uma enchente de pessoas a tentar recuperar as malas. O aeroporto já confirmou que está a implementar um plano para tratamento das bagagens e há muita afluência aos balcões de informação para entrega das malas. Neste momento, centenas de passageiros aguardam em filas: primeiro para recolher um QRCode, depois para o apresentarem num gabinete do aeroporto para conseguirem recuperar a bagagem. 

Segundo a plataforma “AirHelp”, os passageiros afetados não têm direito a qualquer compensação financeira. No entanto,  as companhias aéreas são obrigadas a cobrir algumas das necessidades dos clientes durante a interrupção, como água, alimento, acesso a telecomunicações a partir de duas horas de atraso e fornecer um voo ou transporte alternativo para o destino. “Se o atraso, o cancelamento ou a alteração do voo implicar que o passageiro tenha de pernoitar, a companhia aérea deve oferecer um quarto de hotel e transporte para o hotel a expensas suas”, acrescenta.