A história da Terrabona começou em 2014, quando Marco Noronha e Maria João Velosa se apaixonaram por um terreno localizado em plena floresta Laurissilva, na freguesia da Boaventura, na Madeira. O objetivo seria criar um alojamento na propriedade, mas havia um problema: tinha lá plantada uma vinha abandonada com 22 anos. Sem saberem bem o que fazer com o terreno, uma vez que eram os dois bancários e não tinham experiência nenhuma na área vinícola, começaram a procurar soluções.
A primeira ideia que tiveram foi alugar as vinhas, mas a experiência não correu da melhor maneira devido à falta de pessoas. Então, restavam apenas duas opções: ou cortavam as vinhas, ou começavam eles próprios a produzir vinho. Escolheram a segunda alternativa. Em 2016, contrataram ajuda profissional, recuperaram a vinha e introduziram um conjunto de atividades biológicas. Um ano depois, Marco e Maria João produziram o primeiro vinho.
O Terra Bona, um branco bastante premiado e elogiado pelo mundo fora, nasceu quase por “acidente”. “Tivemos sorte porque conseguimos fazer o nosso vinho e as pessoas começaram a gostar imenso. Espalhou-se pelo continente e conseguimos duas medalhas de bronze em dois dos concursos de vinhos mais prestigiados”, começa por contar à NiT o proprietário Marco Noronha, de 52 anos.
A vinha que, em tempos, foi uma dor de cabeça, acabou por se tornar num negócio de sucesso e o projeto dos dois bancários transformou-se numa aventura pelo mundo dos vinhos — mas não ficou por aqui. O casal sempre teve o desejo de ter um “projeto de reforma” e queriam criar algo só deles. Adquiriram os terrenos para construirem um empreendimento turístico, projeto que acabou por ficar adiado enquanto não resolvessem o problema com as vinhas.
“Não nos consideramos produtores de vinho, apesar de ser o nosso primeiro negócio. A nossa vertente é turística e de bem-estar em comunhão com a natureza. Agora, também com um copo de vinho à mistura”, sublinha. Alteraram um pouco o projeto inicial, reduzindo de seis para quatro unidades turísticas para preservar ao máximo as vinhas existentes.
As obras começaram há cerca de três anos e foi tudo construído de raiz, “tentando sempre integrá-lo ao máximo com a envolvente”. Finalizado o projeto, o enoturismo Terrabona Nature & Vineyards começou a receber hóspedes a 25 de maio.
Sempre rodeado por uma paisagem natural extraordinária, perto do mar e no meio de uma floresta verdejante, poderá ficar hospedado numa das quatro villas que foram construídas junto às vinhas.
A Natural Winehouse, a Clay Winehouse e a Oak Winehouse têm todas um quarto e capacidade para dois adultos. A Family Winehouse é a maior, com 108 metros quadrados e dois quartos. O chão do interior das villas é constituído por cortiça de origem portuguesa, um revestimento térmico 100 por cento natural que aporta conforto com respeito total pelo ambiente. “Não é quente no verão nem frio no inverno, pelo que recomendamos às pessoas a andarem descalças, até porque é muito confortável”, diz.
Todas as villas têm vista sobre o mar a norte, para a montanha a sul e um jardim exterior com mesas e cadeiras. Cada uma possui ainda uma horta de aromáticas, onde os hóspedes podem escolher e apanhar as ervas que preferirem para fazer um chá. Todas estarão identificadas, com as características e benefícios de cada uma.
No exterior, o empreendimento conta ainda uma piscina com a água mais natural possível e revestida com uma pedra, que se integra perfeitamente na paisagem, e um solário. Criaram também uma Biosauna, uma sauna finlandesa criada para responder às diferentes sensibilidades ao calor e à humidade. Este conceito permite cinco combinações diferentes entre calor e humanidade, consoante a preferência de cada hóspede.
O enoturismo disponibiliza ainda, em cada uma das casas, bastões para as caminhadas — até porque é uma das atividades mais famosas da Madeira. Bem perto da propriedade, pode aventurar-se pela vereda da Entrosa e a vereda do Lombo do Urzal. Se preferir pedalar, a propriedade tem ainda à disposição bicicletas elétricas.
Além das vinhas, villas, da piscina e da biosauna, o empreendimento engloba um espaço de degustação de vinhos e uma adega própria, com capacidade para produção de três a quatro mil garrafas.
Durante o período de soft opening, os valores da estadia vão rondar os 335€ por noite, com pequeno-almoço incluído. As reservas podem ser feitas online.
A seguir, carregue na galeria para conhecer melhor o Terrabona, o novo enoturismo da Madeira.