Cada vez mais pessoas trocam estadias em hotéis luxuosos por uns dias num refúgio mergulhado na natureza, longe da poluição sonora e da confusão das grandes cidades. Se por acaso for apreciador de vinho, passar uma noite (ou várias) no meio das vinhas pode ser uma opção a considerar — e o Douro é uma das melhores regiões para o fazer. Ali poderá viver uma experiência vínica tão imersiva quanto relaxante.
Como escreveu Miguel Torga, o Douro “não é um panorama que os olhos contemplam: é um excesso da natureza”. E quem já visitou a região, que este ano foi escolhida para ser a Cidade Europeia do Vinho, sabe que tudo ali é especial. Só não conseguimos decidir o que fica em primeiro lugar: se o Douro, as vinhas, os socalcos, o comboio histórico da linha do Tua ou os barcos de cruzeiros que sobem e descem o rio.
Felizmente, a oferta turística da região nunca desilude — e o que não faltam são empreendimentos idílicos com vistas espectaculares. De alojamentos em forma de barril de vinho, casas de campo com vistas panorâmicas e villas com piscinas privativas, o difícil será escolher só um.
Nos últimos anos, muitas das quintas que, em tempos, se dedicavam apenas à vitivinicultura, decidiram começar a receber hóspedes. É o caso da Quinta do Vallado, nas margens do rio Corgo (perto de Peso da Régua), cuja história remonta ao ano de 1716. É uma das propriedades mais antigas e famosas do Vale do Douro e pertenceu à família da lendária produtora de vinhos Antónia Ferreira.
Durante cerca de dois séculos, a principal atividade da Quinta do Vallado foi a produção de vinhos do Porto que, mais tarde, seriam comercializados pela empresa familiar: a Casa Ferreira. Com o passar dos anos, surgiram novos desafios e a necessidade de reestruturar a quinta e os seus 70 hectares de vinha. “Replantámos novas variedades, reconstruímos a adega, adicionamos as partes que faltavam para fazermos o vinho de mesa, nomeadamente a fermentação. E foi nessa altura que começou a nascer o enoturismo”, explica à NiT João Ribeiro, responsável de marketing.
Quando começaram a perceber que o Douro era um destino muito procurado, mas a oferta hoteleira era escassa, decidiram mudar essa tendência. Em 2005, reconstruíram a casa tradicional da família e abriram aos hóspedes o Wine Hotel, com cinco quartos, dando assim o primeiro passo no segmento da hotelaria.
Assim como a Quinta do Vallado, também a Quinta da Pacheca, uma das vinhas mais antigas ainda em funcionamento na região do Douro, começou a apostar no enoturismo — e criaram um modelo de alojamento diferente de tudo o que existe por aí. Em 2018, abriram as portas a 10 barris de vinho, os Pacheca Wine Barrels, que, com meses de vida, venceu logo o prémio “Melhor Empreendimento Imobiliário”, do Salão Imobiliário de Lisboa.
Às quintas mais antigas, juntaram-se outros alojamentos que começaram a escrever a sua mais recentemente, mas igualmente idílicos e acolhedores. Carregue na galeria para ficar a conhecer melhor 10 turismos rurais incríveis onde pode dormir no meio das vinhas em pleno Douro.