José Correia guarda na memória os momentos em que acompanhava o avô nas visitas à quinta da família em Viseu, que, na altura, só tinha vinha e olival. As vindimas, a colheita das azeitonas e os instantes passados com os animais são algumas das lembranças mais queridas da sua infância.
Quando a quinta foi herdada pelos seus pais, o terreno de quatro hectares começou a transformar-se. “O meu pai fez alguns investimentos para reabilitar o espaço, realizou obras na casa de pedra e construiu uma piscina para atrair os filhos e os netos”, conta à NiT José Correia, atualmente com 55 anos. Desde então, a quinta tornou-se um ponto de encontro para toda a família nas celebrações festivas, como o Natal.
A filha, Mariana, de 25 anos, tem “memórias um pouco diferentes”, pois não presenciou as obras, já cresceu com a casa e a piscina. “Somos uma família numerosa e temos a felicidade de dispor de um espaço que onde nos podemos reunir. Recordo-me especialmente dos Natais e da semana de férias em agosto que passávamos juntos, ansiosa por estar com os meus primos”, partilha.
Para ambos, pai e filha, a quinta sempre foi sinónimo de boas recordações. A riqueza dessas experiências motivou-os a desenvolver um projeto de turismo rural, numa fase em que a propriedade estava “desaproveitada”.
“Estava num período da minha vida em que tinha mais tempo livre e, dada a minha disponibilidade, decidimos avançar com o projeto”, explica. As obras começaram em 2020 e os meses seguintes foram dedicados à adaptação da casa para acolher turistas.
A primeira etapa consistiu na reconstrução de uma pequena casa de pedra, que agora alberga três quartos, um amplo sótão, três casas de banho e uma cave equipada com cozinha, sala de jantar e sala de estar, além de um alpendre com vista para a Serra do Caramulo.
Em maio do ano seguinte, inauguraram a Quinta dos Manteiros, nome do local entre as aldeias de Póvoa de Lisboa e Santo António, no distrito de Viseu, onde está situada. A casa de pedra possui capacidade para oito pessoas e foi apenas a fase inicial do projeto.
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Nos anos seguintes, a família focou-se na recuperação das vinhas e na criação de uma área florestal e um pomar. “Após a nossa primeira experiência, começámos a considerar a possibilidade de aumentar a capacidade da casa, construir novas estruturas e rentabilizar todo o nosso espaço”, reconhece.
Após ponderar várias opções, decidiram apostar no glamping, uma atividade “com cada vez mais procura em Portugal e no estrangeiro”. “Visitei a Feira de Turismo em Lisboa, vi uma tenda dome e comprei-a nesse fim de semana, ainda sem saber onde a iria instalar”, revela José Correia.
Desde o verão, a Quinta dos Manteiros oferece uma nova experiência, mais vocacionada para casais: o Manteiros Glamping. A tenda, montada sobre um pequeno passadiço de madeira, tem capacidade para duas pessoas. Equipada com uma cama de casal, kitchenette e casa de banho, é um refúgio ideal.
O objetivo da família é continuar a expandir o empreendimento, mas “não necessariamente com mais domes”. “Queremos criar outros pequenos espaços que proporcionem experiências diversificadas, como uma casa de madeira”, avança o responsável.
A propriedade tem também uma piscina coberta de 50 metros quadrados, onde a temperatura da água varia entre 25 e 30 graus, tanto no verão como no inverno. Nesse mesmo espaço encontra-se um jacuzzi.
Para os amantes da natureza, há cerca de 3000 metros quadrados de jardim, onde os hóspedes podem cuidar de plantas e árvores frutíferas. Com a vasta área disponível, é possível fazer longas caminhadas, visitar o riacho ou praticar exercício ao ar livre, tudo sem sair do espaço da quinta.
Outro detalhe que se destaca é a casa na árvore construída pelo pai de José Correia há cerca de vinte anos, com o intuito de cativar os membros mais novos da família.
Os preços da estadia no novo espaço de glamping começam nos 150€ por noite. Para quem preferir ficar na casa de pedra, ronda os 250€ por noite. As reservas podem ser feitas online.
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