Em 2013 Manuel Salgado, antigo vereador do urbanismo, aprovou a reabilitação do Convento das Mónicas, uma antiga prisão feminina na Graça, em Lisboa. A polémica estalou de imediato. De acordo com o plano, o edifício seria transformado num hotel. Agora, praticamente nove anos depois, a Câmara de Lisboa chumbou o projeto de arquitetura que já estava em execução. A decisão foi tomada durante uma reunião privada do executivo camarário esta quarta-feira, 13 de abril.
De acordo com a “Lusa”, citada pelo “Observador”, a proposta da Ekmar Hotelaria e Turismo, pretendia avançar com uma alteração ao “uso de habitação para o uso de turismo, para instalação de um estabelecimento hoteleiro com 128 unidades de alojamento”, distribuídas por 112 quartos duplos e 16 suites.
“As intervenções preconizadas para o exterior da igreja conventual poderão carecer de medidas de salvaguarda do património arqueológico adicionais, designadamente ao nível da realização de uma ação arqueológica de diagnóstico, acautelando, por exemplo, a presença de contextos funerários associados a um hipotético campo santo”, declarou a Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) a 2 de setembro de 2021, quando foi consultada pela autarquia.
Os planos iniciais, que tinham sido licenciados e que já estavam em curso, consistiam também “na reabilitação e ampliação do conjunto do Convento das Mónicas e na demolição de algumas construções anexas de carácter precário, adaptando-o a um programa habitacional.”
Embora a antiga prisão feminina não se vá tornar num hotel, a sua reabilitação para outros fins mantêm-se uma hipótese bastante provável. Um outro plano previa que a intervenção urbanística criasse “125 lugares de estacionamento privativo e 34 lugares de estacionamento público.”