Após vários anos a trabalhar no setor financeiro, Manuela Raminhos chegou a um ponto em que sentiu necessidade de mudar de vida e de voltar “à terra e ao campo” — de preferência antes dos 50 anos. Agora, aos 52, é uma das responsáveis por fazer renascer a casa centenária de família, berço de três gerações.
Por lá passaram os bisavós, avós e pais do seu marido, Paulo Raminhos. Há cerca de seis anos, o casal herdou a propriedade, situada em Olhão, no Algarve, e começou a nascer um projeto de agroturismo.
“Já tínhamos esta vontade de abrir um turismo rural com esta componente de agricultura também. Era o local perfeito, apesar de estar um pouco degradado”, conta Manuela à NiT. Mais do que recuperar a casa centenário, seria uma forma de “homenagear todas as gerações que por lá passaram”.
A história, aliás, é visível nas oliveiras espalhadas pelo terreno, cada uma batizada com os nomes dos antepassados. “Durante a transformação também recolhidos muitos objetos antigos, como a bicicleta com que o meu sogro ia trabalhar ou ferramentas que usavam antigamente na agricultura”, revela.
Inserida numa propriedade com cerca de 15 mil metros quadrados, a casa, construída em 1930, foi toda remodelada e ampliada. A parte agrícola também não foi esquecida. Desde que herdaram os terrenos que se dedicaram a plantar alfarrobeiras.
“Além de serem bonitas e típicas da zona, são árvores com baixo impacto, uma vez que não precisam ser regadas. Tendo em conta o problema de seca que se vive no Algarve, achámos que seria a melhor opção”, confessa. Já plantaram cerca de 100 alfarrobeiras, que acabaram por dar o nome ao agroturismo: Alfarrobeiras Nature, que começou a receber hóspedes em janeiro.
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Situado em plena natureza e no coração do Algarve, em Olhão, o alojamento é composto por sete suítes, com nomes de diferentes espécies de alfarrobeiras, como Aida, Alfa, Galhosa ou Canela.
No edifício principal, os hóspedes encontram ainda a zona da receção, bem como um salão de estar com lareira e uma sala onde são servidos os pequenos almoços. O agroturismo dispõe ainda de uma moradia familiar independente, um T1+1, que pode alojar até quatro pessoas. Esta está equipada com um espaço open space de cozinha e sala de estar, uma salamandra e um deck exterior com vista para o lago.
Pelo terreno encontra-se ainda uma piscina com sistema de sal, bem como um lago artificial, onde habita a tartaruga Julieta. Perto do lago fica o “cantinho do amor”, um espaço onde os hóspedes podem sentar-se num banco e “experienciar a natureza”. Há também um rooftop, de onde se avista o mar.
Além das alfarrobeiras, foram plantadas outras 50 árvores de fruto que depois dão servidos aos clientes nos pequenos-almoços. Tanto os jardins como o pomar são regados com água proveniente de uma nora existente no local e que acumula toda a água das chuvas.
Desde o início, o projeto sempre teve uma preocupação com a sustentabilidade. Além da plantação de árvores com baixas necessidades hídricas, instalaram painéis solares, fazem compostagem dos resíduos gerados e aproveitam as borras do café, que servem de fertilizante.
Assim que entram na propriedade, é “como se estivessem no museu”. “Temos várias placas informativas sobre as peças que decoram o local, como uma nora ou os motores que captavam água antigamente”, explica.
O grande destaque do agroturismo, contudo, é mesmo a localização. “Como estamos inseridos no campo só conseguimos ouvir os pássaros, mais nada”, conclui.
Os preços da estadia começam nos 80€ por noite, dependendo da época. As reservas podem ser feitas online.
Carregue na galeria para ver mais imagens do novo Alfarrobeiras Nature.
