Os irmãos Mariana e Rui Costa nasceram em Espinho, mas recordam-se bem das férias que passavam em miúdos na antiga casa dos bisavós, em Castelo de Paiva. Lembram-se, também, de ver a moradia que está na família há cinco gerações a ficar desabitada e, aos poucos, a “cair aos bocados” — até que herdaram a propriedade e decidiram dar-lhe uma nova vida, à qual deram o nome Costa D’Ouro.
Mariana, de 30 anos, trabalha na indústria dos vinhos, enquanto que o irmão, oito anos mais velho, se dedica à área de tecnologia. Embora sejam de áreas diferentes, juntaram-se para enfrentar um caminho desconhecido, o do turismo. Tudo em nome de uma “enorme paixão ao local”. Agora, a partir de uma casa devoluta, conseguiram abrir portas a um turismo único, com o objetivo de potenciar a ligação com a natureza e uma experiência integrada junto ao rio e à montanha.
Antes de abrir como turismo, a última vez que a moradia recebeu “hóspedes” foi há cerca de 25 anos, quando uma mulher foi para lá morar. Contudo, devido à falta de condições — até porque é uma casa com mais de 100 anos —, a inquilina teve mesmo de sair.
“A propriedade estava completamente devoluta, estava até perigosa. Quando começámos a olhar para aquilo com mais atenção, vimos todo o potencial turístico. Tem um enquadramento de natureza incrível e está a dois minutos do rio Douro”, conta à NiT a proprietária Mariana Costa. Foi então que deram início às obras. E isso transformou-se num “verdadeiro desafio”.
“Queríamos manter a traça rústica, mas a pedra com 100 anos já não estava em condições, desfazia-se como se fosse areia, por isso teve de ser alvo de restauro. Também não queríamos nada que afetasse a paisagem e optámos por potenciar a vista”, destaca. Os dois irmãos deram preferência aos elementos naturais, como a pedra e a madeira, e toda a casa tem “um grande trabalho de carpintaria”.
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Após dois anos e meio de obras e um investimento de 250 mil euros, a Costa D’Ouro ficou finalmente pronta para receber hóspedes. Foi inaugurada no domingo, 23 de abril. Além dos aspetos arquitetónicos, o grande destaque é mesmo “a natureza envolvente”. Localizada à frente da Ilha dos Amores, a ilha mais secreta e paradisíaca do Douro, o alojamento encontra-se a dois passos do rio, da Praia do Castelo e dos Passadiços da Paiva.
A NiT já lhe contou sobre este pedaço de terra no Douro, também conhecida como Ilha do Outeiro ou Ilha do Castelo. Uma lenda alimentada pelos moradores conta a história de um amor proibido entre um jovem lavrador e uma fidalga de sangue azul cujos encontros amorosos eram controlados pelo pai autoritário. Certo dia um nobre pediu a mão da jovem e o lavrador ficou de coração partido com a possibilidade de perder o amor da sua vida. Num ato de loucura, o camponês, ao avistar o aristocrata a passear na beira do Douro, matou-o e depois atirou-o ao rio para apagar qualquer vestígio do crime.
Com medo de ser descoberto e por saber que seria o suspeito número um do homicídio, escondeu-se na pequena ilha deserta. Algum tempo depois, o rapaz começou idealizar um plano para raptar a namorada e levá-la consigo para a ilha. Mas quando o casal atravessou o rio numa pequena embarcação em direção ao tal esconderijo, formou-se uma tempestade e o rio engoliu a barca onde os dois estavam. Diz-se que terá sido o espírito do nobre a vingar a sua morte. E assim nasceu o nome Ilha dos Amores.
Para potenciar ainda mais a localização, todos os quartos são panorâmicos e com grandes janelas. Sozinho, em casal ou em grupo, é possível alugar o T1, o T2, ou até mesmo a casa inteira, graças ao caráter modular do espaço que, com uma lotação até 10 hóspedes, possui três quartos com vista para o rio Douro, cozinha equipada e acesso ao terraço, com uma churrasqueira e uma área aberta para os animais de companhia.
Por cima da casa, existe ainda “um aspeto altamente diferenciado”: um rooftop panorâmico, sem telhado, com vista para a Ilha dos Amores e para o rio. “Ainda estamos a pensar como vamos dinamizar o rooftop para rentabilizar aquela área, onde é possível ter uma vista de 360 graus”, explica a proprietária.
Como fica na zona da praia, há imensas atividades aquáticas disponíveis para os hóspedes, como paddle, jet-ski, esqui aquático, canoagem, rafting e passeios de barco. É, assim, um lugar “ideal para quem procura ligar-se à natureza e respirar ar puro”, seja com miúdos ou não.
A estadia mínima é de duas noites e os preços começam nos 60€ (T1) e nos 250€ (casa toda) durante a época baixa. As reservas podem ser feitas online.
De seguida, carregue na galeria para conhecer melhor o novo alojamento em Castelo de Paiva.
