Joana Lemos já viveu em várias partes do mundo e perdeu a conta à quantidade de espaços de cowork onde trabalhou. Pelo meio, conheceu o conceito de coliving, um alojamento onde se vive em comunidade com outros nómadas digitais, e começou a matutar na ideia de avançar com um projeto semelhante.
Na altura da pandemia, a designer de 40 anos vivia em Berlim e decidiu que estava na altura de regressar a Portugal com o companheiro e a filha. Os primeiros meses foram passados num Airbnb em Palmela, mas sempre à procura de um espaço mais permanente onde pudessem viver.
“Tínhamos muito este desejo de arranjar um espaço que funcionasse também como coliving, algo pequeno e intimista onde pudéssemos estar todos juntos”, revela à NiT. Depois de vários meses à procura, encontraram o lugar perfeito na Verdizela, em Corroios, a apenas meia-hora de distância de Lisboa.
“Era uma quinta que estava completamente abandonada. O proprietário tinha o imóvel há 10 anos, mas não estava habitado”, diz Joana. Com origens dos anos 70, os documentos mostram que era uma propriedade utilizada mais para férias de verão e não tanto para habitação permanente.
Há cerca de três anos arrancaram com as obras para transformar aquele terreno num alojamento e espaço de cowork, um local para receber uma comunidade “onde os membros podem trocar ideias, habilidades e experiências”. Deram-lhe o nome Quinta Flamingos, uma ave que viam com regularidade quando passeavam na Margem Sul do Tejo.
“Durante a pandemia estava tudo meio limitado, então passávamos muito tempo a passear de carro por zonas que não conhecíamos. Ficámos impressionantes com os flamingos que existem no Montijo. Apesar de não refletir propriamente a zona onde se insere, quisemos fazer uma espécie de homenagem a este animal mágico”, explica Joana.
Com o nome escolhido, o alojamento abriu portas em 2023, mas só em outubro deste ano é que o espaço de cowork ficou disponível para os residentes da zona. O objetivo, explica a responsável, era oferecer uma alternativa aos nómadas digitais que trabalham na zona, já que não há muita oferta do género no mercado.
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Além desta vertente, a quinta oferece suítes para alugar, proporcionando “uma mistura única de espaço de trabalho e acomodação”. A Quinta Flamingos dispõe de quatro suítes espaçosas, todas com casa de banho privada e com “wi-fi incrível”. A ideia é que os hóspedes fiquem, no mínimo, três noites, para criar o tal ambiente de pertença à comunidade.
“Queremos que as pessoas realmente se conheçam, não queremos ser só porta de entrada e saída”, refere. Os residentes têm acesso a várias áreas comuns, como as salas — há uma zona de trabalha e outra de leitura —, cozinhas, o espaço de cowork e toda a área exterior. É como se fosse “um pequeno hotel”, mas com um ambiente muito mais privado.
No jardim, há “diferentes cantinhos” onde as pessoas podem estar a descansar ou a trabalhar. Uma das protagonistas é a piscina de água salgada, cercada por jardins exuberantes em estilo mediterrâneo, que convida os hóspedes a fazerem uma pausa no trabalho. A sauna e o campo de ténis são outros dos destaques deste alojamento.
Para reforçar este sentimento de comunidade, costumam organizar com regularidade vários eventos, desde workshops a churrascos comunitários e outros encontros sociais. O objetivo é “promover conexões e o crescimento pessoal”.
As pessoas da zona podem usar espaço de cowork, bem como as restantes instalações, de segunda a sexta-feira, das 8h às 20h. Nesta fase de arranque, o pacote mensal custa 80€. Já no que diz respeito à estadia, os preços rondam os 80€ e os 120€ por noite, dependendo da época. As reservas podem ser feitas online.
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