Luís Ghira, natural de Torres Vedras, tem percorrido o mundo e já visitou mais de 70 países. No entanto, um dos seus lugares favoritos encontra-se em Portugal: a Praia da Samoqueira, em Porto Covo. O engenheiro ambiental com 50 anos reside em Sines Há mais de duas décadas e sempre sonhou ter uma casa perto desta praia paradisíaca.
“Viajo desde muito jovem e sempre senti a necessidade de conhecer pessoas de diferentes culturas. Gostaria de oferecer estadias memoráveis a quem visita Portugal, como as que tenho tido noutros países. É quase uma forma de agradecer”, confessa à NiT.
Este desejo de receber turistas com a mesma hospitalidade que ele próprio recebeu, levou-o a procurar uma propriedade na zona de Porto Covo, junto à praia. No entanto, a localização dentro do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina dificultou o processo.
“É praticamente impossível construir algo novo ali, e mesmo a reabilitação apresenta desafios”, admite Luís Ghira. Apesar dos obstáculos, não desistiu. Juntou-se ao seu amigo de infância, Rui Rodrigues, e a procura começou. A oportunidade surgiu em 2018.
“Encontramos o sítio perfeito, com vista para o mar ao longe, rodeado pela natureza, com vacas, ovelhas e cegonhas como vizinhas”, descreve. O terreno, que fazia parte de uma herança, tinha um antigo armazém agrícola, que foi completamente transformado.
Após “uma batalha que durou sete anos”, a dupla conseguiu reabilitar o imóvel e dar vida à Casa Calmar, que recebeu os primeiros hóspedes em julho. A inspiração para o projeto de turismo rural veio das típicas casas de praia da Comporta. Grande parte dos materiais utilizados foram reaproveitados do antigo armazém rural, incluindo a pedra da soleira da porta de entrada e as telhas de canudo centenárias, feitas à mão pelo antigo oleiro da Samoqueira.
O empreendimento é composto por três alojamentos independentes (Cabana, Casa do Alpendre e Casa do Pátio), cada um com características únicas, mas com elementos comuns. Além de estarem rodeadas pela natureza, possuem piscinas privadas com água aquecida, a rondar os 27 graus, todo o ano. Do horizonte, os hóspedes podem “contemplar o mar, as dunas e os prados selvagens”.
As casas foram construídas com alvenaria tradicional, telha de barro, betão afagado e madeira local. A arquitetura e decoração interior são “simples e acolhedoras”. E a sustentabilidade não ficou esquecida: utilizam bombas de calor para transformar a energia térmica em calor e a água da chuva é armazenada para regar os espaços exteriores.
Todas possuem lareira, cozinha e área de estar, com janelas generosas que permitem aproveitar a vista para a piscina e para a paisagem circundante sem necessidade de sair. A Cabana, a menor, com capacidade para duas pessoas, destaca-se pela banheira no quarto, aos pés da cama.
“Com a Casa do Alpendre, quis reviver a minha infância e criamos um mezanino que lembra uma casa na árvore. Tem uma janela no telhado que permite observar as estrelas”, explica Luís Ghira. Com três quartos e capacidade para seis hóspedes, é ideal para famílias com miúdos, já que a piscina foi criada a pensar nos mais novos, com uma profundidade máxima de 1,10 metros.
A do Pátio, por sua vez, pode receber até oito pessoas. As casas podem ser alugadas individualmente ou em conjunto, com capacidade máxima para 16 hóspedes. “Quem nos visita diz sentir uma paz, uma energia e uma tranquilidade incríveis, como se estivessem numa ilha”, assegura o responsável.
Os preços das casas variam consoante a época do ano, com valores a partir de 160€ por noite. Se reservar o alojamento na íntegra, a estadia pode chegar aos 700€ por noite. As reservas podem ser feitas online.
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