Alexandra Sotto Maior carrega “o Minho no coração e nas memórias de infância, preenchidas com o verde dos campos e o cheiro a maresia”. Nascida e criada no Porto, Alexandra sempre recordou com carinho os verões passados em Moledo, onde começou a ir aos quatro anos.
Filha de pai transmontano e mãe minhota, Alexandra cultiva um interesse profundo pelas suas raízes e abraçou a missão de partilhar essas tradições e costumes com todos ao seu redor. Essa vontade de realçar o melhor da sua terra levou-a a deixar o emprego na área do marketing e a avançar com um projeto completamente diferente.
Em 2019, fundou a Just Like Us, uma empresa dedicada ao turismo de experiências no Norte de Portugal, com especial enfoque no Minho e em Trás-os-Montes. A ideia era oferecer uma série de atividades aos turistas — como aprenderem a diferenciar os trajes e a vestirem-se como um minhoto para dançar o Vira ou descobrirem os segredos da confeção de um feijoada transmontana. Contudo, a pandemia surgiu e alterou os seus planos.
“As experiências não puderam avançar, e decidimos mudar um pouco o nosso foco. Já tínhamos andado à procura de casas para acomodar os participantes e foi por aí que decidimos começar, para ver como funcionava”, revela Alexandra, de 58 anos, em entrevista à NiT.
Assim, a Just Like Us transformou-se em Just Like Home, passando a concentrar-se na gestão de alojamentos turísticos. A aposta superou rapidamente as suas expectativas. “Naquele período, ninguém queria viajar para fora e as pessoas preferiam passar férias em território nacional. Atualmente, gerimos cerca de 60 propriedades”, confessa.
Uma das adições mais recentes ao portfólio foi a Casa do Sinal 22, em Moledo, com uma autenticidade rural, que envolve os hóspedes no “Minho verdadeiro”. Foi esta essência genuína que, há 50 anos, cativou um casal belga.
“Era uma antiga casa de lavoura, com espigueiros e animais, que foi comprada e reabilitada por um casal belga que se apaixonou pela região. Durante anos, regressaram para passar os verões na propriedade, que tem uma vista maravilhosa sobre o verde dos campos, as casas da freguesia e o oceano azul da baía de Moledo”, conta a fundadora da empresa.
A primeira renovação aconteceu há quase meio século, mas, com o passar do tempo, os filhos cresceram, deixaram de passar férias em família e o casal diminuiu as visitas a Portugal. Assim, encontraram uma solução para não terem de vender a casa: transformá-la em alojamento local.
“Nos primeiros tempos, a coisa não correu bem e a propriedade, que tem duas casas, começou a ficar bastante degradada. Já precisava de muita manutenção”, confessa Alexandra. Há cerca de três anos descobriram a Just Like Home e tudo mudou.
“Apostaram em nós e nós apostámos neles. Todos os anos tem recebido intervenções de renovação. Começámos com a casa menor e o seu espaço exterior. Este ano, centrámos mais esforços na moradia maior”, explica. Em 2021, realizaram uma “limpeza geral” e uma “pequena reforma” para abrir ao público, mas as obras têm sido feitas em fases.
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No inverno passado, fecharam a casa maior para dar início aos trabalhos de renovação. Desde o telhado até à decoração, tudo foi revitalizado e a propriedade voltou a abrir em julho.
A Casa Pequena do Sinal, com capacidade para quatro hóspedes, oferece uma atmosfera onde se “sente o mar a entrar-lhe pelas janelas”. Com uma vista para a baía de Moledo, tem duas suítes e uma sala de jantar integrada com a cozinha. Ali predominam os elementos em madeira, conferindo um ambiente “extremamente acolhedor e ideal para relaxar”.
Por outro lado, a Casa Grande, que acomoda até oito pessoas, é caracterizada pelas suas paredes de pedra, onde se pode “sentir o pulsar do coração do Minho”. Conta também com quatro suítes, uma cozinha equipada com um antigo forno a lenha e uma sala de estar e jantar.
Ambas possuem áreas privadas para refeições ao ar livre e as vistas assemelham-se a uma “pintura inolvidável”, descreve Alexandra.
No que diz respeito à decoração, optou-se por preservar os móveis antigos que podiam ser recuperados, equilibrando-os com elementos mais contemporâneos. Já no exterior, os hóspedes podem aproveitar a piscina comum, “no alto da colina”.
As casas podem ser alugadas individualmente e os valores rondam os 250€ (a pequena) e os 400€ (a maior). As reservas podem ser feitas online.
Carregue na galeria para ver mais imagens do novo alojamento de Moledo, no coração do Minho.