A pandemia que 2020 nos trouxe sentiu-se com particular impacto em setores como o da hotelaria. Não será por acaso que a fechar o ano encontramos mais espaços do que seria normal de hotelaria à venda.
Em Portugal, um estudo divulgado na terça-feira 15 de dezembro, colocou isso mesmo em evidência. Os dados recolhidos referem-se a finais de outubro e mostram mais de 160 hotéis à venda pelo País.
O tipo de espaços e preços são muito variados, com o destaque a ir para um espaço no Algarve, mais concretamente na Praia da Oura, à venda por 36 milhões de euros. Mas há mais. Ali perto, em Olhos de Água, em Albufeira, está o segundo espaço mais caro à venda, por 20 milhões de euros.
Para encerrar o pódio dos mais caros é preciso ir mais para norte, concretamente até Lamego, onde há uma unidade hoteleira à venda por 14 milhões de euros, o mesmo preço de uma unidade hoteleira em Vila Nova de Gaia. Lisboa tem também um dos espaços mais caros, perto da zona de Praça de Espanha, à venda por 12,5 milhões de euros.
Numa análise por distrito que os dados recolhidos pela plataforma Idealista permitem, verifica-se que é em Faro, no Algarve, que há mais hotéis anunciados para venda: eram 29 no final de outubro, um reflexo natural de ser uma das zonas turísticas mais destacadas. O top cinco é encerrado pelos distritos do Porto (20), Lisboa (17), Leiria (15) e Viseu (12).
Em sentido oposto, encontramos Beja e Viana do Castelo, com apenas um espaço à venda cada, e Guarda e Portalegre com dois. Só Castelo Branco não tinha nenhum hotel à venda. Na Madeira havia dez espaços à venda e outros quatro nos Açores (três deles na ilha de São Miguel).
Comparando com períodos anteriores, a oferta de hotéis à venda subiu 4 por cento desde março, mês que marcou o início do impacto da pandemia em Portugal. A região centro lidera subidas (15 por cento) enquanto a Madeira, que antes de março não tinha espaços de hotelaria à venda, viu disparar estes números.