Parece ser cada vez mais difícil encontrar sítios ou plataformas totalmente seguras na internet e nem mesmo os hotéis conseguem escapar aos ataques cibernéticos. Desta vez, a vítima foi o Marino Boutique Hotel, em Lisboa.
Um hacker russo conseguiu infiltrar-se na conta do Booking da unidade hoteleira e começou a estabelecer contacto direto com centenas de clientes que, inevitavelmente, caíram no esquema.
O ataque durou quatro dias e aconteceu entre os dias 12 e 16 de junho, tempo suficiente para conseguir roubar quase meio milhão de euros em reservas falsas.
Assim que acedeu à plataforma de reservas, o hacker colocou o valor de cada quarto a 40€ por noite — sendo que o preço real ronda os 200 a 300€. Como seria de esperar, esta mega promoção atraiu muitos clientes e foram feitas mais de mil reservas em quatro dias.
De acordo com a “CNN Portugal”, o pirata informático enviava um link diretamente aos clientes para que fizessem o pagamento das reservas e desviava todo o dinheiro. Tal como o hotel, também os clientes acabaram por perder os valores pagos, uma vez que as reservas eram fictícias.
Durante esse período, a unidade hoteleira ficou sem acesso à sua conta no Booking, mas os proprietários pensaram que se tratava de uma simples falha de acesso. Ainda não foram contabilizados todos os prejuízos causados pelo ataque, mas os proprietários do hotel estão a considerar processar a plataforma de reservas pela demora em bloquear o acesso do hacker à conta.
Através do Whatsapp, a “CNN Portugal” conseguiu fazer uma pequena entrevista exclusiva ao hacker que atacou o Marino Hotel, em Lisboa. “Eu não dou entrevistas grátis. Além deste hotel, já hackeei muitos outros hotéis em Portugal. Incluindo outras cidades europeias. E eu não preciso de anonimato. Eu sou organizador de uma comunidade de cibercrime da Federação da Rússia”, pode ler-se numa das mensagens.
O hacker russo disse ainda que escolheu Portugal por um motivo: “Afinal, todas as contas bancárias estão mal protegidas. Ao mesmo tempo, o vosso Banco Santander nem sempre protege os cartões bancários com o protocolo de segurança 3D.
Durante os sete anos de atividade, o pirata russo admite que já roubou mais de 20 milhões de euros, “quando os bancos não sabiam como proteger os clientes”. As vítimas são escolhidas com base na localização, mas garante que não burla idosos nem pessoas com baixos rendimentos.