Cecília Beça trabalhava como animadora turística, quando teve uma experiência profissional como diretora de um parque de campismo que verdadeiramente a fez sentir-se realizada. A temporada foi breve, mas por lá descobriu aquela que considera ser a sua verdadeira vocação. Quando surgiu a oportunidade de concorrer à concessão do parque que havia sido construído, com o apoio de fundos europeus, pelo município de Cinfães — onde reside —, não hesitou.
O Parque de Campismo e Caravanismo de Mourilhe foi inaugurado em 2020, em plena pandemia, com gestão da Welcome Douro. A empresa fundada por Cecília Beça tem, atualmente, um novo proprietário, Ricardo Mendes, que agarrou o projeto de concessão e todo o seu potencial. Após alguns constrangimentos relacionados com a Covid-19, o empreendimento tem agora novas valências, incluindo uma nova tenda fixa para glamping. Cecília, de 46 anos, mantém-se como diretora do espaço pelo qual nutre “um carinho muito especial”.
“A referência que tenho das férias da minha infância é fazer campismo em família. Por outro lado, sempre gostei de receber pessoas em casa e receber pessoas na minha região é basicamente o mesmo, pelo menos é assim que o entendo”, justifica.
Com uma vista panorâmica sobre o rio Douro, junto à Barragem de Carrapatelo, o empreendimento estende-se por cerca de quatro hectares. O recinto, com uma lotação máxima de 110 pessoas, acolhe oito alvéolos para caravanas e autocaravanas, 20 locais para tendas e seis bungalows. Estes alojamentos, de tipologia T1, parecem estar “pousados no topo duma colina”. E têm características únicas: “São fabricados em aço leve e têm uma particularidade especial, o revestimento da cortiça”.
A grande novidade do parque, porém, é a tenda fixa para casais, inaugurada em meados de novembro. “É pensada para aquele cliente que procura uma experiência de campismo com um bocadinho mais de conforto, requinte e glamour”, explica a diretora. “Trata-se de um produto um bocadinho diferente, inclusive, a estadia inclui o acesso ao spa, oferecemos uns miminhos, levamos o pequeno-almoço: é ideal para um casal que procura uma estadia tranquila, ou uma estadia romântica, por exemplo”, acrescenta.
Entre as comodidades disponíveis, destacam-se os acessos à água potável e eletricidade de 25 amperes em todos os espaços para caravanas, de igual dimensão e têm exposição solar idêntica, além de estarem separados por um mural de louros para maior privacidade. A área social do parque inclui parque infantil e de jogos, piscina para os mais pequenos e outra para adultos, que apresenta também uma particularidade — é verde.
Esta característica pouco comum já deu azo a alguns momentos inusitados, revela Cecília. “Existe uma ponte em ferro sobre um dos lados da piscina que dá passagem para o parque em si, e um dia, vi uma família de belgas no meio dessa ponta a olhar fixamente para a piscina. Minutos depois, deram meia volta e foram embora. Mais tarde voltei a encontrá-los e perguntei-lhes se não tinham dado um mergulho. Ao que responderam: ‘Não, porque a piscina está suja, está verde’ [risos]. E eu disse-lhes: ‘Não, a piscina não está suja, a piscina é mesmo verde’. Ficaram espantados”, conta.
Afinal, porquê verde e não o mais tradicional azul-turquesa? “A cor foi escolhida pelo município, foram eles que fizeram o projeto, mas concordo. Estamos rodeados pelo verde da Serra de Montemuro, aquele azul mais tradicional ia chocar bastante com a envolvente, não faria sentido”, defende Cecília.
Além disso, o empreendimento fica nas imediações do Parque de Lazer do Ribeiro Sampaio, considerado um “pequeno paraíso natural”, e o ex-libris da região, sublinha a responsável. “Neste momento, estamos precisamente a finalizar a construção de um trilho que irá permitir o acesso direto do parque ao Ribeiro Sampaio, à zona das cascatas. Daqui a uma semana ou duas estará pronto”, garante.
Outra novidade prevista para o início de 2025 é a construção de um abrigo para acolher “alguns animais”, uma vertente que pretendem explorar, neste caso mais voltada para os miúdos. Em janeiro do próximo ano o restaurante, atualmente encerrado, também irá reabrir.
O parque conta também com balneários, lavandaria, spa com banho turco, jacuzzi e sala de massagens, 14 mesas de merendas, mesa de pingue-pongue e área de jogos com damas, xadrez e malha. Na receção existe ainda uma “pequena loja de conveniência, com produtos locais, como vinhos e artesanato”.
“O nosso objetivo é também dar a conhecer a região, que está fora do turismo de massa. Ainda tem natureza em estado puro e é uma zona menos conhecida do Douto que merece ser visitada”, sublinha Cecília Beça.
Os preços variam consoante o tipo de estadia, sendo que as tendas/caravanas e autocaravanas começam a partir dos 30€ por noite; os bungalows T1 desde 100€ por noite e a tenda glamping com acesso ao spa e miminhos de cortesia, 180€ por noite. A receção funciona entre as 8h30 e as 12h30, e das 14h30 às 18h30, com horário de check-in e check-out flexíveis. As reservas estão disponíveis online.
Carregue na galeria para ver mais algumas imagens do parque, com vista para o Douro.
