Joana Freitas, que sempre habitou em grandes cidades, nutria há muito o anseio de se mudar para a zona rural. Natural de Portimão, passou alguns anos em Lisboa a estudar no Instituto Macrobiótico de Portugal, um curso que, segundo ela, transformou a sua vida.
“Com os estudos surgiu um forte desejo de viver no campo, de estar mais próxima da natureza. Queria estabelecer ali a minha família, cultivar a nossa própria alimentação e usufruir do ar livre”, começa por contar à NiT a algarvia, de 33 anos. Este anseio tornou-se ainda mais intenso quando se tornou mãe pela primeira vez, em 2017.
Embora morasse quase em frente à Praia da Rocha, em Portimão, a Praia de Vale Figueiras, em Aljezur, era o seu refúgio preferido. Durante a infância, passou muitos dias de verão nesse local, e foi precisamente esta pequena vila da Costa Vicentina, com as suas típicas casas de arquitetura rural, que a recebeu de braços abertos no novo capítulo da sua vida.
A busca por um terreno para viver com a família começou antes do nascimento do filho, mas foi apenas em 2020 que se transferiu “da cidade grande para uma zona mais rural.” Assim que avistou um terreno de dois hectares e meio, com uma construção que parecia “uma obra inacabada,” apaixonou-se imediatamente.
“Fiquei encantada com tudo, desde o tamanho da casa até ao espaço exterior. Já tinha visto várias opções, mas nunca senti esta ligação, uma energia difícil de descrever,” confessou. Embora tivesse encontrado a casa em visitas anteriores a Aljezur, nunca tinha imaginado que estivesse à venda. Quando soube que havia a possibilidade de a adquirir, foi “uma excelente surpresa,” como se estivesse destinado.
No início, não dispunham de eletricidade, mas dedicavam os dias a “cultivar a terra” e a descobrir como era viver no campo. Desde o início desta jornada, Joana e o seu companheiro plantaram mais de 100 árvores de fruto e arbustos ornamentais. Paralelamente, esforçaram-se para recuperar a moradia, que estava em tijolo e desativada. “Fomos nós que a requalificámos,” realça.
Desde a aquisição da propriedade, Joana sempre soube que não seria apenas um local para residir, mas sim um pequeno refúgio onde pudesse receber visitantes. Com a eletricidade instalada e tudo pronto, abriu a Casa do Monte Verde ao público em agosto.
Localizado perto das Alfambras e a cerca de cinco quilómetros da famosa Praia de Vale Figueiras, o empreendimento consiste num edifício completo com três apartamentos com mezzanine — cada um com capacidade para quatro visitantes — e uma pequena vila para um casal, proporcionando uma estadia mais intimista. Todos os quartos oferecem vistas privilegiadas para a serra e para o pôr do sol.
A decoração dos espaços é minimalista e inspirada em elementos naturais. “Os tons são predominantemente brancos, com toques de madeira, uma combinação que aprecio, misturando o moderno com o tradicional,” destaca Joana.
Espalhados pelo terreno, encontram-se também “vários recantos,” como redes suspensas entre as árvores e um anfiteatro que convida a explorar a propriedade. No exterior, sobressai ainda uma piscina de água salgada, com uma vista panorâmica, situada no meio do “monte verde” que a envolve.
Há também um lago que, embora natural, não é apropriado para banhos. O alojamento disponibiliza bicicletas elétricas de montanha para alugar, enquanto a área circundante oferece diversos trilhos para caminhadas e passeios de bicicleta.
Joana realça que se trata de um “projeto ainda em desenvolvimento,” e adianta que já está a pensar nos próximos desenvolvimentos. Um delas é a construção de uma casa na árvore e uma área destinada a pequenos-almoços. “É a primeira vez que nos aventuramos neste tipo de projeto, por isso, estamos a aprender muito.”
Os preços das estadias variam entre 150€ por noite para os apartamentos e 200€ para a vila. As reservas podem ser realizadas online.
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