Quando era miúdo, Rodrigo Dias recorda-se de passar longas horas em casa dos avós. Corria no jardim, acompanhava a avó na cozinha e o avô na antiga adega que existia no terreno. Semanalmente, cozinhavam pão no forno a lenha e, todos os domingos, a feijoada era o prato que a família se juntava religiosamente para comer.
Ao longo dos anos, as tradições foram-se perdendo, mas a alma da família continuou naquele espaço, que tem uma longa história com os Dias. O diretor de marketing de 37 anos acredita que o terreno tenha sido adquirido pelos seus trisavós, tendo sido herdado pelas gerações seguintes. A mãe de Rodrigo acabou por passar a propriedade para o nome do filho, que decidiu remodelá-lo por completo, como homenagem aos velhos tempos.
A aventura começou há cerca de três anos, quando Rodrigo e a mulher, Ana Rita Calisto, professora de artes de 43 anos, decidiram ir à procura de uma propriedade para ser convertida numa country house. O que não esperavam era que, pouco depois, teriam a oportunidade de transformar a casa onde Rodrigo passou parte da sua infância.
“Começámos primeiro a procurar pela zona em Fátima, onde vivemos, e depois surgiu a oportunidade de recuperarmos essa casa dos meus avós”, recorda Rodrigo. “Era uma herança da minha mãe, que depois passou para mim”.
As obras tiveram o início em outubro de 2022 e chegaram ao fim em fevereiro de 2025. “Durante este tempo, eu, o meu sogro e o meu pai íamos recuperando e reconstruindo aos fins de semana e feriados”, conta à NiT. Desta união, nasceu a AMEIO Country House, uma casa em Rio Maior, no distrito de Santarém, que começou a receber hóspedes esta sexta-feira, 9 de maio.
“Recuperámos essencialmente a adega, que era onde o meu avô fazia vinho, e tornámo-la num espaço de convívio e de tertúlias, para relaxar e ler um livro”, sublinha. “Mantivemos também a antiga cozinha dos meus avós, que era onde aconteciam os almoços de família. É pequenina, antiga e tem uma lareira aberta.”
O terreno era composto por três casas (para além da adega), uma que pertencia aos avós de Rodrigo, uma aos bisavós e uma terceira aos trisavós. Contudo, só a primeira foi remodelada. A segunda acabou por cair e o casal decidiu construir uma piscina no local. Por fim, a última será reconstruída em breve para aumentar a oferta de alojamento.
O grande objetivo do casal era manter o aspeto rústico da casa principal, que tem cerca de 50 metros quadrados, e tirar o máximo partido dos materiais com história. “Criámos alguns móveis com madeiras antigas e recuperámos um mais antigo que era dos meus bisavó”, sublinha. “Em termos de decoração, fomos procurando inspiração essencialmente no Mediterrâneo, com tons terra e mais neutros.”
Rodrigo acrescenta que o nome também não foi escolhido por acaso e AMEIO tem três significados. “O primeiro é porque é um terreno de uma herança que foi dividida a meio. O outro é porque existe, no espaço, um poço que foi também dividido mais ou menos a meio, e é onde atualmente existe uma espécie de fonte”, explica o fundador. “Por fim, queremos também que os nossos hóspedes saiam de lá a dizer ‘Eu amei estar lá.”
Apesar da casa acolher até seis hóspedes, Rodrigo partilha que o ideal é para até quatro. Os valores para um casal começam nos 130€ e as reservas podem ser feitas online.
É ainda possível contratar serviços extra, como um massagista que se desloca ao local (uma massagem de relaxamento de corpo inteiro custa 75€, por exemplo) e um chef privado, cujo valor para duas pessoas custa 230€, com um menu de três pratos cozinhados no local e uma harmonização de vinhos incluídos.
Carregue na galeria para saber mais sobre a AMEIO Country House.
