LET'S ROCKMiguel Torga, Joaquim Pinheiro Pereira, a aldeia de Provesende e a lenda da Moura Zaida. Estas são apenas algumas das figuras e temas históricos que inspiraram o novo aldeamento turístico no Douro, que abriu portas na passada sexta-feira, 31 de outubro.
O Five Sabrosa Senses começou a ser construído em junho de 2023 e agora está finalmente pronto a receber os primeiros hóspedes. Todo o empreendimento, que conta com 11 villas, inspirou-se nos cinco sentidos e na região onde se insere. Tem como destaque as portadas decoradas com elementos e figuras tradicionais, que parecem uma verdadeira galeria de arte ao ar livre.
“Não temos o rio perto, mas temos a serra e as montanhas e queríamos algo que homenageasse a região”, começa por contar à NiT Cláudio Lima, o fundador de 41 anos do aldeamento turístico. Com o apoio da artista Joana Mundana, das Caldas da Rainha, e do arqueólogo Pedro Pereira, de Sabrosa, criou uma experiência visual única entre as paisagens do Douro.
“O Pedro Pereira ajudou-nos a identificar os temas, e depois, em fábrica, fizemos aquele corte a laser para criar as portadas”, explica. “O objetivo é que os hóspedes passassem por ali e reparassem nos temas que estão desenhados.” Desde o início que Cláudio queria algo que tornasse o empreendimento diferente e após um longo “exercício criativo”, conseguiu chegar à ideia de criar portadas artísticas que se iluminassem à noite, de forma a destacar as villas na escuridão.
Atualmente, o aldeamento conta com villas normais, com cerca de 85 metros quadrados, uma villa destinada a pessoas com mobilidade condicionada e estúdios, com cerca de 30 metros quadrados e divididos entre Suspenso e Panorâmico.
“O Panorâmico tem uma configuração de open space, com uma kitchenette toda aberta. Já no Suspenso, as casas estão parcialmente suspensas no socalco e tem uma configuração diferente, porque a sala é separada do quarto pela kitchenette e pela casa de banho”, explica.
Até ao próximo ano, o objetivo é que o Five Sabrosa Senses tenha mais nove villas (ou seja, um total de 20 em vez das atuais 11). Nesta altura, o projeto terá uma nova tipologia: um estúdio Imersivo, que terá uma configuração semelhante ao Suspenso, mas sem estar, de facto, suspenso.
Todas as villas têm as portadas desenhadas e enquanto percorrem o terreno, os hóspedes podem identificar alguns monumentos, regiões e figuras que marcaram a região.
“A ideia das portadas já existia para permitir que os hóspedes pudessem dormir com as janelas abertas e estarem seguros da brisa do exterior. Depois começámos a pensar que, se fossem em chapa cortada, podíamos desenhar alguns temas. Ainda vimos obras do Vhils, mas como era muito complexo optámos por desenhos mais simples”, refere.
Os hóspedes podem ainda mergulhar numa piscina com borda infinita, ficar junto da lareira, jogar pickeball ou aproveitar uma sauna exterior, com vista para as vinhas e para as montanhas.
Como tudo começou
Cláudio é engenheiro de formação, mas sempre teve um interesse especial pela arquitetura. Depois de trabalhar vários anos na área da gestão, decidiu, aos 40 anos, que estava na altura de começar o seu próprio projeto. Decidiu procurar um local que fosse relativamente perto do Porto. “Queria um sítio que fosse interessante e que se enquadrasse bem na minha ideia. Procurei no Douro pela proximidade do Porto e cheguei a ver terrenos em Alqueva”.
Com várias opções em cima da mesa, acabou por escolher um terreno com um hectare na zona de Sabrosa, no Douro, cheio de vinhas à volta. As obras arrancaram em junho de 2023. As oliveiras que circundam o terreno foram também um dos pontos que conquistou o atual proprietário. Agora, convidam os hóspedes a passeios e piqueniques inesquecíveis, potenciando assim as experiências sensoriais. “Temos vários percursos pedonais com miradouros onde os hóspedes podem usufruir da zona mais alta do terreno”, sublinha.
Todos os dias, o pequeno-almoço é também entregue à porta e conta com produtos locais, como pão, compotas, iogurte, granola, fruta, entre outros. “Temos o cuidado de enviar um formulário ao cliente, para sabermos os gostos pessoais”, explica. “Também estamos muito alinhados com a sustentabilidade. Em alguns hotéis, principalmente onde existe buffet, há um desperdício gigante, portanto, nesse formulário pedimos que selecionem aquilo que pretendem e as quantidades.”
Para dar a conhecer a região, o projeto tem parceria com cinco quintas vinícolas, que organizam provas e visitas às adegas: a Lavradores de Feitoria, a Quinta do Cume, a Quinta da Pedra Alta, a Folias de Baco e a Wine and Soul.
Quanto aos preços, rondam os 150€ por noite nos estúdios e 300€ nas villas. As reservas podem ser feitas online.
Carregue na galeria para ver algumas fotografias do novo aldeamento turístico.
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