Há cerca de cinco anos, Leonel Gonçalves, agora com 33 anos, desconhecia o conceito de glamping. Descobriu o que era quase por acaso, num jantar de aniversário de um amigo. “Estava lá um casal que começou a falar com muito entusiasmo numa estadia que tinham feito no Alentejo. Naturalmente, fiquei curioso”, conta à NiT. Acabou por visitar o espaço alentejano e escusado será dizer que ficou fã. “Este tipo de alojamento com as cúpulas é muito original e esteticamente apelativo”, aponta.
A ideia de criar um negócio seguindo aquele estilo germinou ali, mas acabaria por nascer muitos quilómetros de distância, mais precisamente na ilha da Madeira. O Vi Naturae — expressão latina que se significa “força da natureza” — abriu a 17 de março em Fajã da Ovelha, no município da Calheta.
“Reflete perfeitamente os nossos valores e este local em si. É um sítio onde as plantas conseguem prosperar graças a um microclima que tem bastantes oscilações. Durante o dia pode estar um sol muito forte e a partir do momento em que este se põe sente-se uma alteração drástica”, aponta.
Leonel licenciou-se em Ciências do Desporto, mas nunca chegou a trabalhar na área. A sua carreira sempre passou pelo atendimento ao cliente, quer fosse em livrarias ou call centers. A indústria da hotelaria também era nova para ele e como forma de se preparar para criar o glamping, passou um ano a trabalhar num alojamento local.
O caminho até inaugurar o Vi Naturae não foi fácil. As obras começaram no final de 2019. “Estava numa fase muito inicial quando surgiu o vírus da Covid-19. O meu pai [que o ajudou na abertura] ficou bastante assustado com o que se via na televisão. Era tudo imprevisível. por isso, decidimos parar a construção durante quase um ano”, recorda. Em novembro de 2020 voltaram a investir no projeto — e, desde então, nunca mais pararam.
Construíram seis cúpulas (ou domes) com cerca de 40 metros quadrados cada uma. Todas têm as mesmas valências: incluem casa de banho completa com duche, sala de estar, sala de jantar e cozinha totalmente equipada. Têm também varandas privadas com dez metros de largura com camas de rede e uma mesa com cadeiras onde pode tomar o pequeno-almoço.
Três delas conseguem acolher duas pessoas. Se for com um grupo maior, pode optar por uma das duas que acolhem quatro pessoas graças ao sofá-cama com 1,40 metros de largura. A última cúpula recebe três pessoas, num sofá-cama mais pequeno.
Para os dias mais quentes, o Vi Naturae inclui uma piscina infinita e outra aquecida. “Também temos uma zona de solário e, dentro de alguns dias, teremos uma mesa de ténis de mesa.” Por ali também irá encontrar um canteiro com ervas aromáticas que poderá utilizar nos seus cozinhados ou para fazer um chá e uma zona de pomar.
A propriedade também inclui uma zona de pomar que irá aumentar no futuro. As árvores que têm, porém, ainda são muito pequenas. “Agora é o tempo da natureza fazer o seu trabalho e começar a dar fruta”, brinca o empreendedor. Mas não se preocupe. Caso queira um espaço verde pode sempre passear pelo grande jardim com palmeiras.
“Mesmo aqui ao lado há uma vereda que vai ter ao miradouro”, acrescenta Leonel. Os fãs de caminhadas têm outros percursos para descobrir — um deles tem cerca de 40 quilómetros de distância. Um dos trilhos leva-o à vila que fica abaixo do alojamento. “Como estamos a 600 metros de altitude conseguimos ver as casas lá em baixo. E também dá para ver o mar de todas as domes.”
As possibilidades de relaxamento são várias, quer seja na piscina ou a descobrir a natureza verdejante. Outro dos serviços disponibilizados pelo glamping é o pequeno-almoço. “Todos os dias temos algo diferente para que as pessoas que ficam cá mais tempo não se fartem”, comenta o fundador. As propostas variam entre ovos mexidos, bacon, pão, croissants, panquecas, bolos, fruta, iogurte natural, mel, entre outros.
Para abril, os preços das estadias começam nos 170€ por noite para dois adultos. As reservas podem ser feitas através do site.
Carregue na galeria e conheça o novo glamping da Madeira.
