Os empresários australianos David Clarkin e Andrew Richardson têm uma grande paixão: viajar pelo mundo. Há alguns anos, uniram forças e começaram a fazer investimentos no setor imobiliário, incluindo alguns projetos na área da hotelaria. Durante o período da pandemia, Lisboa era uma cidade ainda “desconhecida” para eles, mas a situação mudou quando David foi obrigado a passar parte do confinamento na capital portuguesa.
“Acabou por ficar em Lisboa e foi obrigado a conhecer-nos um bocadinho melhor. Embora estivéssemos condicionados, essa experiência tornou-se uma oportunidade de introspeção”, começa por contar à NiT Rute Cerqueira, diretora-geral do The Verse, o novo projeto da dupla.
Ao examinar o passaporte e refletir sobre as suas experiências de viagem, assim como o tempo que passou em cada destino, David reconheceu a importância de encontrar um espaço onde os viajantes frequentes pudessem sentir-se em casa, mesmo a centenas de quilómetros de distância.
A partir daí, começou a surgir a ideia de abrir, com o sócio, algo do género em Lisboa, uma cidade que “o agarrou”. Seria uma forma de deixar também um legado para os filhos de ambos: Henry Clarkin e Anna Richardson, que se juntaram ao projeto do The Verse, o novo “inquilino” da emblemática Rua de São Bento.
Com uma localização privilegiada, “fazia todo o sentido que nascesse ali um boutique aparthotel”. “O edifício estava devoluto, mas uma das maiores preocupações foi manter a traça antiga. Não deixa de ser um edifício histórico, que penso que chegou a funcionar como um estúdio de fotografia”, explica.
As obras arrancaram ainda na altura da pandemia e foi “um desafio transformar aquele espaço num boutique aparhotel”. A reabilitação do prédio foi efetuada pelo arquiteto Carrilho da Graça, enquanto o design de interiores, decoração e curadoria artístico ficou a cargo do Studio Astolfi.
“Quisemos dar um toque de contemporaneidade e criamos aqui elementos particulares. Gosto de falar em luxo, mas é mais a nível de conforto e exclusividade. É no serviço que nos diferenciamos”, sublinha. Com a arquitetura tradicional portuguesa na base da sua estrutura, a propriedade de “cariz cosmopolita e artesanal” vai abrir em soft opening já em outubro, ainda sem data exata.
O The Verse contará com 15 sofisticadas unidades de alojamento — entre as quais um T2 com terraço e dois T1 com pátio —, totalmente equipadas, com cozinha e sala de estar. Todas elas, contudo, “apresentam características e pormenores idiossincráticos que as tornam especiais à sua maneira”.
“O que quisemos manter foi a essência do edifício, mas criar aqui um passado e um presente. É algo que vemos logo no lobby, temos um arco de pedra que preservámos, que representa o passado, e outro revestido a madeira, que representa o presente”, destaca.
O público alvo são famílias e clientes corporativos que chegam à procura de uma “experiência autêntica”, que junta design e história — e com todos os serviços de um hotel, desde a receção 24 horas ao pequeno-almoço.
O design é “lúdico, tranquilo e sofisticado”, combinando tons verdes, terracota e branco para criar uma “atmosfera mais acolhedora”. Com a intenção de deixar transparecer também a essência portuguesa e respeitar a comunidade local onde se insere, há várias peças feitas à medida por artistas e artesãos portugueses.
Um dos destaques é o espaço de bar logo no piso 0, cuja intenção é tornar-se ponto de encontro na capital. “Todos os cocktails e produtos estão a ser criadas dentro da temática e conceito do hotel”, diz. A ideia é que, às sextas-feiras e sábados, tenham várias dinâmicas e eventos musicais.
Quanto aos preços da estadia, irão rondar entre os 300€ e os 700€, dependendo da época e da tipologia. As reservas deverão abrir em breve.
Carregue na galeria para ver as primeiras imagens do projeto do novo hotel de Lisboa.