Há quase uma década que Martijn Kleijwegt e Monique Snoeijen têm o hábito de apanhar, todos os anos, um avião em Amesterdão, nos Países Baixos, com destino a Portugal. O Algarve rapidamente se tornou num dos destinos de eleição do casal, tanto que até avançaram com a compra de uma casa onde pudessem passar férias.
“Já a temos há cerca de nove anos, mas não tem espaço suficiente para os nossos cinco filhos, o que nos levou a procurar algo maior”, começa por contar à NiT a jornalista Monique, de 55 anos. Já com isso em mente, perguntaram à pessoa que toma conta da casa quando eles não estão se tinha conhecimento de algum imóvel à venda na região.
Quando o responsável mostrou aos neerlandeses uma quinta do século XIX em Tavira, junto ao Parque Natural da Ria Formosa, sabiam que tinham encontrado o local ideal. “Apaixonámo-nos imediatamente pela casa. Falámos logo com o arquiteto Francisco Valsassina, que foi connosco ver o espaço e comprovou o que pensávamos: era fantástico”, recorda.
Mais do que a vista e todo aquele ambiente de tranquilidade, o que mais fascinou o casal foi o recheio da quinta. “Os antigos proprietários deixaram para trás as fotografias da família. O dono era um colecionador e um dos quartos era uma espécie de museu com vários brinquedos e muitas ferramentas de agricultora. Parecia que estava parado no tempo”, diz.
Com uma história rica que remonta ao final do século XIX, a Quinta do Pinheiro foi inicialmente construída entre 1870 e 1875 pelos avós da antiga proprietária, Luíza Junqueira Reis. Originalmente com uma extensão de 35 hectares, ia desde a estrada nacional 125 até ao Parque Natural da Ria Formosa.
No entanto, os avós da antiga proprietária expandiram ainda mais a quinta, construindo casas adicionais para a produção de vinho e agricultura. Na época, criou várias oportunidades de emprego para a comunidade local.
Quando Luíza Junqueira Reis herdou a propriedade, continuou com a produção de vinho até cerca de 2000, altura em que começou a alugar o terreno para o cultivo de abacates e a casa como um retiro de férias. Foi o marido da mesma que transformou parte da casa num museu, onde exibiu as suas coleções, sendo que alguns dos brinquedos ainda podem ser encontrados no local.
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“Comprámo-la em 2021, ainda sem grandes intenções de a alugar, mas era um sítio tão bonito, algo verdadeiramente mágico, que sentimos necessidade de o partilhar com outras pessoas”, sublinha Monique. Os anos seguintes foram passados a renovar a quinta, “sem grandes pressas” e para preservar o encanto original e a beleza arquitetónica.
As carismáticas janelas vermelhas ligam os espaços interiores e exteriores, enquanto o pavimento, de pedra local e materiais autóctones, se funde com a paisagem circundante. No interior foram utilizadas cores naturais, que realçam com as características rurais da propriedade.
Em setembro do ano passado, a Quinta do Pinheiro abriu em soft opening, com cinco casas independentes que “combinam o charme do mundo antigo com o luxo moderno”. A Casa da Eira, a mais pequena de todas, está escondida no beco ao lado da antiga destilaria e é composta por dois quartos, casa de banho, cozinha e um pequeno pátio.
Já a Casa Celeiro, com capacidade para seis pessoas, destaca-se pelo teto alto de palha tradicional. A Casa da Avó, em homenagem à antiga proprietária, situa-se à sobra de uma majestosa acácia e oferece um pátio privado com uma mini piscina. Com vista para a plantação de abacates, mantém o seu chão de pedra original.
Para quem preferir adormecer a olhar para as vinhas, pode sempre ficar hospedado na Casa das Flores, com um pátio privado coberto. A maior unidade de alojamento é a Casa Grande, composta por três quartos com casas de banho privativas, bem como um pátio com um forno de pão autêntico e um terraço privado no telhado.
Todas as casas partilham o acesso à área da piscina com vista para as palmeiras do jardim. Depois há toda uma série de atividades disponíveis durante a estadia, como passeios de barco, piqueniques da praia ou provas de vinho.
Ocasionalmente são organizados retiros e workshops. De 21 a 24 de março, por exemplo, vai poder aprender tudo sobre pintura em aguarela com o reconhecido artista neerlandês Siegfried Woldhek. Ao mesmo tempo, a instrutora de ioga Katka Pronk vai conduzir aulas diárias de yin ioga.
Os preços da estadia começam nos 720€ por noite, por casa. A quinta também pode ser alugada em exclusividade, a partir de 3.000€ As reservas podem ser feitas online.
Carregue na galeria para conhecer melhor a Quinta do Pinheiro.
