No século XII, os monges da ordem de São Paulo fizeram da Serra d’Ossa, no Alentejo, o seu espaço de retiro. Os traços arquitetónicos que ali deixaram atravessaram centenas de anos. Tanto é assim que, atualmente, o espaço transformou-se num hotel onde a natureza e a história se misturam e criaram um refúgio perfeito para passar férias ou um fim de semana longe da confusão.
Foi em abril de 1993 que o Hotel Convento de São Paulo abriu portas, na Aldeia da Serra, no concelho de Redondo. Na altura, conta à NiT Eduardo Bon de Sousa, o responsável pela unidade hoteleira, “foi o primeiro hotel de 4 estrelas do Alentejo e o único durante alguns anos”.
Entre vários artefactos religiosos, o convento conta ainda com uma coleção de tecido e um dos mais notáveis núcleos de painéis de azulejos do país. O espaço onde antes os monges se entregavam à oração é agora um lugar de conforto e descontração, cada vez mais procurado por casais e famílias que tentam fugir às multidões e confusão dos hotéis que fazem parte do circuito do turismo mais mainstream.
A herdade tem 750 hectares de terreno com acesso a três percursos, para percorrer a pé ou de BTT, que serpenteiam pela serra. Como a maioria dos hotéis do País, teve de encerrar a 16 de março devido à pandemia. As semanas que se seguiram foram usadas para a realização de remodelações e introdução de novidades, algumas das quais já se encontram em funcionamento, enquanto as restantes estão prestes a chegar.

“Em vez de colocarmos todo o pessoal em lay-off decidimos pôr a equipa toda a trabalhar no mesmo sentido. O que era para estar pronto no próximo ano, fica já concluído em 2020”, explica Eduardo Bon de Sousa. Passado o estado de emergência, o hotel voltou a receber hóspedes.
A unidade reabriu no início de 9 de junho, com uma lógica de funcionamento que é cada vez mais um reflexo da filosofia de sustentabilidade que tem acompanhado o projeto desde o seu início. “É respeitar e tratar a serra”, explica o mesmo responsável..
O Convento de São Paulo recorre agora à energia fotovoltaica, o que o deixa “muito perto de ser autossuficiente”, garante Eduardo Bon de Sousa, que destaca ainda que as duas piscinas exteriores foram renovadas e passaram a ter água salgada, bem como “uma área maior para espreguiçadeiras”: uma das várias mudanças levadas a cabo em tempos de pandemia, a bem da segurança dos hóspedes.
O restaurante do antigo convento sofreu também algumas mudanças, mas que passaram mais por um aproveitamento diferente da área do espaço de refeições. A ementa continua a cargo do chef Duarte Laranjinho com pratos e ingredientes locais, que refletem a cozinha tradicional alentejana. “Somos coerentes com o meio em que estamos inseridos”, realça Eduardo Bon de Sousa.A carta de vinhos explora o Alentejo — mas não só —, numa escolha a cargo de Fábio Nico, sommelier premiado e natural de Redondo.
Os preços da estadia variam entre os 115€ e os 220€ por noite. Em breve, o hotel contará com mais cinco quartos, virados para o exterior e com preços mais baratos. Esta novidade faz parte de um processo de expansão que elevará para 44 o número de quartos disponíveis.
Há ainda outras novidades a caminho, que vão ter lugar nas imediações do convento. É o caso da ligação aos passadiços de madeira que vão abrir em outubro, uma iniciativa da Câmara Municipal local e que conta com a colaboração do hotel, já que os passadiços farão ligação a um dos percursos pedestres que estão dentro dos terrenos do convento.
