Conhece a praia da Salema em Budens, Vila do Bispo, Algarve? Eu confesso que não — pelo menos, até agora. Pela localização, devo lá ter passado dezenas de vezes mas infelizmente nunca me terá chamado a atenção. Nem o nome conseguia ao início decorar, confesso: tive de me lembrar das bruxas de salem (mil perdões querida praia da Salema, é só uma espécie de mnemónica), porque a memória de elefante tem andado perdida ultimamente. Agora já não me volto a esquecer: nem do nome, nem da praia.
Salema já foi classificada pelo jornal britânico “The Guardian” como a 15.ª Melhor Praia do Mundo — numa lista dos 50 melhores areais em todo o planeta. Em setembro de 2016, nesta zona em pleno Parque Natural do Sudoeste Alentejano e a apenas 500 metros da praia, o grupo NAU Hotels & Resorts inaugurava o seu Salema Beach Village: uma espécie de aldeamento hoteleiro, versão novinha em folha e com características únicas como a envolvente, a dimensão e cuidado nas casas, a localização, até as cores utilizadas e a decoração.
Imediatamente, começou o reconhecimento nacional e internacional, tanto em prémios como em críticas: na Booking o empreendimento entrou quase diretamente para uma nota de 9 pontos em 10; em 2018 foi destacado na Expedia ao ser recomendado por 93% dos hóspedes na plataforma; já ganhou selos de responsabilidade social e ambiental e também na Tripadvisor foi distinguido com o Travellers Choice Award, como um dos 25 melhores hotéis para famílias em Portugal.
Tudo isto foram motivos para ir conhecer o recente espaço algarvio, mas houve ainda outro que se destacou: é que estamos, já todos (tão) bem inteirados, num ano de pandemia onde o isolamento e a privacidade são tão importantes quanto a localização e o conforto quando o objetivo é escolher o local de férias. E aqui, num regime de self catering, vivendas privadas e isoladas, espaços amplos e ainda assim uma sensação de aldeia nossa tudo isso se consegue: com naturalidade e simplesmente pelas características do espaço.
O NAU Salema Beach Village tem um total de 114 moradias V2 e V3 (dois ou três quartos) e ainda três piscinas, apoiadas por um bar. Os 114 alojamentos são vivendas, com grandes varandas e terraços, áreas generosas, casas de banho espaçosas e modernas — são lindas e incríveis as casas de banho, com os seus azulejos pequenos — muita luz natural e todas as comodidades para passar férias.
Assim que cheguei fiquei impressionada com as casas, sobretudo pelas suas áreas e até pela decoração, minimalista no bom sentido: as salas e quartos não estão cheias de mobiliário, são simples, modernas e funcionais. Os terraços são enormes, parece que temos um jardim em casa. Entre os critérios com melhor nota no interior está o conforto, a decoração, o wi-fi e a limpeza.
Mas na verdade confesso que a impressão mais forte desta NAU Salema Beach Village já vinha antes sequer de entrar em casa: começou assim que cheguei ao resort e refere-se mesmo ao aldeamento em si.
É que as villas foram dispostas ao longo de uma colina, virada a sul, com vista do mar e com uma construção e design que nos remetem imediatamente para uma pequena aldeia. As casas e espaços são em tons amarelo, rosa e ocre, por todo o lado há terraços e pilares, a comunicação entre as moradias é feita de escadinhas e ruelas de calçada portuguesa. Parece que entrámos naquelas pequenas aldeias da Grécia, Malta ou Croácia, mas com o cheiro a estevas do Algarve. Um mimo.
Uma vez instalados, fomos de imediato espreitar a piscina — ou melhor, as piscinas. São três: uma para bebés, outra para crianças e outra ainda para os adultos. São bonitas, como é costume nos hotéis do grupo NAU, mas fiquei sobretudo aliviada de ver que havia espaço entre espreguiçadeiras e na água. Desde que a pandemia começou que ando um pouco em modo “foge que vem aí pessoas”, confesso; e estavam lá pessoas, claro, mas todos tinham espaço para dar os seus mergulhos e apanhar sol em segurança.
Nesta área do resort, há ainda um snack bar de apoio com comida, gelados e wc. Este também serve refeições ligeira, estilo tostas, hambúrgueres e saladas, tanto no espaço como com entrega no quarto — cada estadia tem normalmente, aliás, uma entrega por dia incluída no pacote, desde que a peça até às 18 horas.
O empreendimento, já reconhecido com o selo Clean & Safe do Turismo de Portugal e operando ao abrigo do Protocolo Operacional Pós Covid-19, tem ainda serviço sazonal de buggy limousine para a praia e promove múltiplas atividades nas imediações, como surf, golfe, passeios de bicicleta, observação de golfinhos, birdwatching, trekking ou passeios a cavalo. O parque infantil é completo e versátil e estava já aberto.
Regressando ao início, é impossível elogiar o NAU Salema Beach Village sem prestar tributo à sua envolvência: a praia, que aliás é vista desafogada de quase todo o resort, é enorme, bonita, de mar que oscila entre o batido e o algarvio, com umas espreguiçadeiras castiças em alguns pontos. A vila, piscatória, pacata e simples, é um oásis de sossego, paz e aquele feeling de Algarve mais antigo e não lotado.
Com todas estas características, a viagem de menos de três horas até Lisboa vale mesmo a pena, restando saber quanto tem de pagar: em setembro, começa nos 153€ por noite, com os preços a variar consoante a época, a ocupação e a tipologia.
De seguida, carregue na galeria para conhecer, em 14 imagens, o NAU Salema Beach Village e a Praia de Salema (fotos de Nuno Andrade).