Dizem que o amor à primeira vista não existe, mas Roberto da Silveira pode confirmar que não é bem assim. Por vezes, é mesmo possível apaixonarmo-nos instantaneamente. No caso dele e de toda a família, isso aconteceu — mas não por alguém. Em vez disso, foi por um sítio. E a paixão deu-se assim que viram a Fajã do Amo, uma propriedade inserida no local homónimo, no meio da natureza em São Vicente, na ilha da Madeira.
Repleta de maravilhas naturais, das vertiginosas cascatas aos trilhos verdejantes, esta região autónoma é um destino de sonho para qualquer viajante. Tem resorts de luxo, hotéis com as melhores vistas do arquipélago, abrigos de madeira escondidos e rooftops de sonho com piscinas aquecidas. Mas não foram essas as razões que levaram a família da Silveira a procurar lá casa.
A viver na ilha de Jersey (Roberto desde os cinco anos e Débora há 15), os madeirenses de origem decidiram comprar uma vivenda na terra que os criou. “Saí da Madeira com os meus pais quando era ainda muito novo. Agora tenho duas filhas e queria que elas não esquecessem as origens e pudessem passar mais tempo com a família”, começa por nos explicar o patriarca de 36 anos.
Quando descobriram o número 12 da estrada Padre Francisco Geraldo Sousa, no final de 2018, a reação foi comum: “Ficámos completamente apaixonados”, garante-nos. “Não só pelo layout da casa, mas por toda a zona zen e tranquila. E da vista nem se fala. É fenomenal”, acrescenta. E não nos surpreende. Afinal, não é todos os dias que se encontra uma paisagem como esta totalmente desimpedida.
Aqui não há prédios, postes, ou qualquer estrutura que possa estragar o cenário. A vista é incrível e pode ser apreciada a 360 graus à volta do alojamento. “Tanto para o mar, como para a serra e montanhas à volta. Parece quase uma zona exclusiva. Foi, sem dúvida, uma das razões para comprar a casa”, aponta.
A ideia inicial seria, então, tornar este num destino de férias para o casal e as duas filhas, mas rapidamente perceberam que o projeto tinha potencial para se tornar em algo mais. “Só vamos à Madeira de tempos a tempos e não fazia sentido que ficasse sempre fechada.” Decidiram, então, transformá-la num alojamento local.
A transição demorou mais do que previsto — muito devido à pandemia, mas ficou finalmente concluída em dezembro de 2022. Pelo caminho foram feitas algumas obras, sempre pelas mãos do próprio Roberto. “Comecei por trocar o chão que tinha levantado por causa de pequenas humidades. Mas quisemos fazer tudo pelas próprias mãos, porque é difícil encontrar quem o faça de forma honesta”, acredita. Com esse empreendimento próprio acabou até por poupar bastante dinheiro.
Entre obras, reparações, troca de mobílias e trabalho de arborização, foram precisas três viagens de Jersey à Madeira e um total de cinco semanas passadas em São Vicente. No final, foi Débora, de 39 anos, quem ficou responsável pela decoração. E nem poderia ser de outra forma. A agora vendedora de joias foi, em tempos, decoradora profissional. Seria, então, a pessoa ideal para assegurar essa vertente. “Ela fica com os adornos e eu, que já estou habituado a fazer alguns biscates por aqui [referindo-se a Jersey], fiquei com as obras.”
A gestão fica a cargo de David Santos, conta-nos o empreendedor. É ele, através da Agência Atlantic Holiday, quem gere o alojamento no dia a dia, graças à distância a que os donos se encontram.
Sabemos que o que não faltam na Madeira são alojamentos onde ficar hospedado, desde os hotéis de luxo bem no coração do Funchal, a casas mais pequenas e simples escondidas no meio da natureza. Mas este é único por tudo o que o compõe. A 17 quilómetros das Piscinas Naturais de Porto Moniz e a 25 do Cabo Girão, é dos poucos com um jacuzzi no terraço.
São os próprios empreendedores quem nos confessam que na próxima visita a Portugal não vão perder a oportunidade de o experimentar. “Um spot como este, num espaço com aquela vista: tem tudo para ser incrível. O descanso é garantido.”
E se os donos ainda não o experimentaram, houve já quem o tenha feito e o feedback não podia ser melhor. Tirando um pequeno reparo pelos primeiros hóspedes (que ocuparam a Fajã do Amo de 26 de dezembro a 1 de janeiro), as estadias têm estado a correr bastante bem. “Os nossos primeiros visitantes acharam que a casa estava um pouco fria”, o que foi rapidamente resolvido com a compra de alguns aquecedores.
Novato na área do turismo, o casal declara estar a adquirir experiência aos poucos. Estão a gostar tanto que já pensam em comprar uma segunda propriedade e replicar o mesmo modelo. Certo é que, quando se reformarem, voarão até à Madeira e por lá irão ficar.
“Entretanto, queremos fazer mais investimentos na região. A ilha ainda vai crescer, vai ter mais turismo e queremos apostar aí. Além de ser um sítio onde podemos ter um maior controlo, torna-se mais fácil se tivermos tudo na mesma zona.”
Dois quartos, sala de estar, cozinha totalmente equipada, duas casas de banho e ainda uma garagem. As reservas são feitas para toda a propriedade, com o mínimo de cinco noites por estadia. O valor varia entre os 500€ e os 800€, dependendo da época do ano.
Carregue na galeria para ficar a conhecer melhor Fajã do Amo by Atlantic Holiday, o alojamento zen da Madeira.