Há quatro anos, Gleb Braudo, de 39, deixou Israel e estabeleceu-se em Portugal, motivado pelo seu trabalho na área do cultivo de canábis medicinal. O agrónomo assumiu a responsabilidade pela implementação de instalações e pela utilização de tecnologias para otimizar a produção na Cannexpor Pharma, localizada em Condeixa-a-Nova.
Posteriormente, com a mulher, Anna Muravyov, adquiriu a Quinta da Lontra. A reabilitação do empreendimento turístico à beira do Mondego ficou concluída no final de junho.
Embora não estivessem familiarizados com a cultura do nosso País, mas as obrigações profissionais fizeram com que cá viessem parar.s. Anna dedica-se a projetos farmacêuticos, enquanto Gleb investe na bolsa. Atualmente, o casal está completamente envolvido no projeto turístico. “Ficámos fascinados com a natureza, o património cultural e o espírito acolhedor da população portuguesa. Quando o trabalho do Gleb, como intermediário entre as autoridades e os investidores locais acabou, decidimos ficar”, relata Anna, de 41 anos.
A Quinta da Lontra representa um sonho antigo de Gleb, que sempre desejou viver no campo e gerir um alojamento. A preferência de Anna por lagos e rios também contribuiu para a escolha da propriedade em Condeixa-a-Nova. Descobriram o empreendimento graças a um amigo, que lhes enviou o anúncio, sabendo que cumpria todos os requisitos do casal.
Ao visitarem o terreno, encontraram um negócio de hotelaria já instalado, contando com uma área de glamping e uma casa de hóspedes. A reabertura foi formalizada em abril de 2023, e desde então têm trabalhado para melhorar o acesso e as instalações, criando, ainda, mais duas opções de estadia.
“Consideramos que o centro de Portugal é uma localização privilegiada. É o ponto de partida perfeito para explorar a região, da costa à Serra da Estrela”, acrescenta Anna, que é também sócia no empreendimento.
O alojamento está instalado numa propriedade de três hectares, com praias fluviais e acesso ao rio Mondego, rodeado por prados, socalcos com vinhas, árvores de fruto e oliveiras. O acesso, feito por um caminho de terra batida com um quilómetro de extensão, confere ao local um carácter especial e exclusivo. Durante a primeira visita, o casal avistou lontras no rio, que inspiraram a escolha do nome para o projeto.
“Aqui, a diversidade e riqueza da natureza são impressionantes. Às vezes parece que estamos a assistir a um documentário do National Geographic”, comenta Anna.
O casal gostou tanto do lugar que agora reside numa casa privada no topo da propriedade, sempre prontos para receber os hóspedes em várias línguas, incluindo português, inglês, hebraico, russo e ucraniano.
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Como associados, Gleb e Anna têm o objetivo de promover a região centro de Portugal e os produtores locais. A oferta inclui uma estadia numa antiga caverna de granito, agora renovada, que, além de cozinhas e casas de banho, dispõe de uma zona de estar.
O terraço privado possui vista para o rio e, em época baixa (de 15 de abril a 30 de junho), o custo é de 90€ por noite; em época alta (de 1 de julho a 1 de setembro), o valor sobe para 100€.
Adicionalmente, há uma área de glamping com duas cúpulas de cinco metros, equipadas com camas de casal ou solteiro, podendo acomodar até três pessoas em cada uma. Os hóspedes têm acesso a uma cozinha comum totalmente equipada e zona de refeições, além de chuveiros exteriores e casas de banho de compostagem. A experiência custa entre 60 e 70 € por noite e, para garantir uma verdadeira conexão com a natureza, não há WiFi disponível.
Recentemente, no final de junho, o casal concluiu as obras na Riverside Lodge, uma pousada situada a poucos metros do rio, oferecendo conforto com detalhes luxuosos e janelas amplas. O preço por noite varia entre 140€ e 150€, com limite de quatro pessoas. Além disso, criaram mais trilhos, escadas, baloiços e redes de descanso nas margens.
Os hóspedes têm à disposição diversas atividades aquáticas gratuitas, incluindo caiaques, canoas e pranchas de paddle. Para aqueles que preferem terra, existem trilhos para explorar o vale, com a possibilidade de pescar carpas ou sargos em áreas desconhecidas para os turistas. Durante a estadia, é comum avistar lontras, patos, milhafres e outras aves. As crianças irão certamente adorar conhecer os cães Akila e Ziggy, as mascotes da Quinta da Lontra. Os visitantes que desejarem trazer os seus próprios animais de estimação são bem-vindos.
Para um verdadeiro retiro, é possível optar por massagens realizadas por uma profissional certificada, especializada em aliviar dores nas costas, pescoço e ombros, além de terapias com banhos de som privados para casais ou grupos.
Todo o conceito do projeto está integrado na natureza. As instalações foram desenvolvidas com materiais reciclados e objetos de segunda mão. No local, não há ligação à rede elétrica, sendo a energia proveniente de painéis solares.
“Estamos completamente off-grid. A nossa água é oriunda de poços e riachos, e incentivamos os hóspedes a consumi-la, pois é regularmente testada, evitando assim o uso de garrafas de plástico”, conclui Anna.
As reservas estão disponíveis de abril a setembro e podem ser feitas através do contacto 913623804 ou online.
Carregue na galeria para ver mais imagens da Quinta da Lontra, o alojamento turístico renovado com vista para o Mondego.