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Oceano à vista e sabores da ilha. Fomos conhecer o primeiro hotel Hilton dos Açores

Um repórter da NiT já visitou o empreendimento, com 101 quartos, restaurante, spa e um rooftop com piscina.
O azul está sempre presente.

Realizar uma simples pesquisa no Google com a expressão “São Miguel” para descobrir os motivos pelos quais é também conhecida como “ilha verde”. A biodiversidade que se reflete na vegetação exuberante e as praias com areia vulcânica são apenas algumas das características postais que atraem, anualmente, turistas e habitantes continentais para o arquipélago dos Açores.

Embora as paisagens sejam o grande atrativo, nada se compara a ter acesso privilegiado à beleza natural da ilha a partir da janela do nosso quarto. Essa é a experiência que o DoubleTree by Hilton Lagoa Azores, a primeira unidade da cadeia na ilha, inaugurada a 19 de junho deste ano, proporciona.

Ao entrar na suíte, a primeira coisa que fizemos foi afastar as cortinas para confirmar que, de facto, a varanda oferece uma vista panorâmica que se estende até ao Oceano Atlântico. Uma experiência comum a todas as áreas privadas, embora em algumas seja mais difícil de aproveitar. Nem tudo é perfeito, claro. Apesar de haver alguns edifícios que perturbam um pouco o campo de visão, a vista permanece relativamente intacta.

O empreendimento é composto por 101 quartos — alguns deles comunicantes — e diversas áreas comuns. O lobby, imediatamente intimista, com assentos confortáveis e design requintado, serve como um cartão de visita para o que os hóspedes podem esperar.

Sóbria e clean, a decoração é baseada em materiais naturais, uma palete de cores suaves e obras de arte inspiradas na cultura local, capturando a essência dos Açores. Apesar de não apresentar grandes ousadias visuais, já era possível notar elementos em cada espaço que refletem a calma e a vivência marinha da ilha, mesmo antes de sair para explorar São Miguel. A estética transmite, indiscutivelmente, uma sensação de tranquilidade.

A intenção de destacar as belezas da região foi o tema central da festa de inauguração do hotel, realizada a 19 de setembro no Místico Rooftop Pool Bar. Entre atuações ao vivo de bailarinos, cantores, uma orquestra e drag queens, o vice-presidente de operações da Hilton, Erwin Verhoog destacou o ano positivo da Hilton em Portugal.

“Escolhemos São Miguel para ampliar o nosso portfólio, proporcionando aos hóspedes a verdadeira experiência Hilton imersa na rica cultura e beleza natural da ilha”, explicou à NiT a diretora-geral do DoubleTree, Ekaterina Ermakova. O grupo pretende apoiar “a economia local, aumentando o apelo da ilha e apoiando a comunidade”.

Os quartos têm uma vista incrível.

Do rooftop à sauna

Nos dias mais calmos, sem festas, o Místico é o spot perfeito para provar cocktails artesanais com ingredientes locais, e apreciar as vistas espetaculares sobre a ilha. A piscina, com o mar ao horizonte, proporciona a sensação única de nadar em direção ao Atlântico, destacando-se em comparação com outros hotéis.

Se tiver férias marcadas para a estação fria, pode aproveitar para conhecer a Inala. Esta área de bem-estar, conta com uma piscina coberta, banho turco, sauna, duas salas de tratamento, um lounge exterior e ginásio, com possibilidade de aulas privadas, como ioga ou Pilates, para grupos de pelo menos cinco pessoas.

O hotel também se apresenta como uma alternativa atrativa para quem trabalha remotamente. O primeiro piso tem três salas para conferências e eventos em grupo, acompanhado por uma área de lounge flexível. É possível criar um espaço para coffee breaks ou montar uma plateia pequena. Todas as salas de reunião, decoradas em tons de verde e amarelo — alusivos a São Miguel e Santa Maria, respetivamente — oferecem vistas para a Lagoa de Fogo a partir das janelas e da área exterior, que se encontra no final do corredor.

Estes são apenas alguns dos motivos que justificam os preços acima da média. Os valores praticados refletem os serviços premium oferecidos, pouco abundantes na cidade de Lagoa.

Entretanto, é essencial considerar que, por estar situado a alguma distância do centro de Ponta Delgada, poderá ser necessário transporte adicional para explorar a zona, implicando custos extra. Assim sendo, não será a escolha ideal para quem prefere evitar trajetos de carro durante as férias. Tivemos de o fazer em todas as deslocações que fizemos.

Uma viagem pelos produtos locais

A área de receção está conectada ao bar e restaurante Frondoso, que apresenta uma experiência gastronómica de assinatura, celebrando a cozinha açoriana “com um twist”. Os pratos são elaborados com ingredientes locais pelo chef João Fevereiro, com a supervisão do gestor de Alimentos e Bebidas (F&B) da unidade, Mário Nelson.

Um dos momentos altos da experiência foi a degustação de pratos preparada pela equipa, que começou com uma entrada de beterraba assada, queijo fresco da ilha, ervas, amores perfeitos e um molho de queijo (13€). Sempre acompanhados de vinhos produzidos em várias partes dos Açores, o desfile de pratos continuou com um ceviche de barracuda, aromatizado com sumo de ananás, batata-doce e coentros (26€), com gelado de ananás e uma pitada de malaguetas, conferindo uma “frescura picante”, explicou o chef.

Antes da sobremesa, babá em calda de Lajido, texturas de ananás de São Miguel e nevada (10€), foi servido um prato de espadarte com polenta feita de queijo da ilha, funcho cozido a baixa temperatura, puré de fungo e um molho à base de caldos de peixe e frango.

No mesmo espaço, os apreciadores de um bom pequeno-almoço poderão escolher entre uma grande variedade de opções, desde sumos naturais, frutas, salmão fumado e o famoso bolo lêvedo da região, até iogurte natural, frutos secos e uma montra de bolos para todos os gostos.

O Frondoso tem assinatura do chef João Fevereiro.

As maravilhas da ilha

Embora fique a dez minutos de carro de Ponta Delgada, o hotel é uma excelente base para explorar pontos turísticos icónicos, como as Furnas, a Fábrica de Chá Gorreana e a Lagoa das Sete Cidades.

Começámos por visitar as Furnas, uma das atrações mais célebres da ilha, uma área de atividade vulcânica caracterizada por fumarolas, fontes termais e lagoas de origem vulcânica. Esta zona é ideal para várias atividades de geoturismo, incluindo caminhadas e observação de fenómenos vulcânicos.

Uma das experiências mais autênticas da região é o famoso cozido das Furnas, um prato tradicional preparado com o calor vulcânico do solo, onde se encontram várias caldeiras — buracos naturais capazes de cozinhar alimentos devido ao intenso calor.

Seguiram-se provas de água levemente gaseificada das fontes minerais das Furnas e visitas a miradouros com vistas panorâmicas, sempre acompanhados por guias turísticos que partilham o mesmo entusiasmo de quem explora a região pela primeira vez.

Outra paragem obrigatória é a Fábrica de Chá da Gorreana, com mais de 140 anos de história. Fundada em 1883, é a mais antiga plantação de chá da Europa e cobre mais de 40 hectares, produzindo chá-preto (Orange Pekoe e Pekoe) e chá-verde (Hysson), que são exportados para vários países. Os visitantes podem percorrer os campos de chá, aprender sobre as técnicas de cultivo e acompanhar o processo de produção, além de degustar os chás acabados de fazer.

Após a visita, embarcámos no percurso da agência de Futurismo Azores Adventures, que oferece viagens de observação de baleias e golfinhos em Ponta Delgada. Seja em barcos rígidos ou semirrígidos, cada viagem dura entre duas horas a meia a três horas, assegurando avistamentos de uma a três espécies diferentes. Os preços começam nos 65€ por pessoa.

Regressados ao hotel, continuávamos a sentir o encanto dos Açores em cada detalhe, desde as obras expostas nas paredes até às pequenas recordações que “criam uma atmosfera acolhedora que conecta os hóspedes à rica herança e ao ambiente da ilha”. 

Quando comparado com outros hotéis na zona de Ponta Delgada, como o Grand Hotel Açores Atlântico ou o Azor Hotel, que têm preços que variam entre 100 e 200€, a diferença de preços não é substancial. Dependendo das preferências dos hóspedes, as vantagens do DoubleTree residem na sua localização tranquila e moderna, mantendo o padrão de qualidade característico da cadeia Hilton, conhecida pelo seu serviço acima da média, com quartos bem equipados e atendimento personalizado.

Embora seja um dos hotéis mais caros de Lagoa, as comodidades justificam os valores praticados, especialmente para quem procura conforto e tranquilidade​. O preço médio varia consoante a temporada. Durante a época alta, por exemplo, ronda os 280€ por noite. Em época baixa, o valor da estadia começa nos 110€. As reservas podem ser realizadas online.

Carregue na galeria para ver mais imagens do hotel DoubleTree by Hilton Lagoa Azores, em São Miguel.

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