A Quinta da Janeca, em Souto, Vila Pouca de Aguiar, é muito mais do que uma propriedade familiar para João Madureira Teixeira: é sinónimo de liberdade e memórias felizes. O empresário de 73 anos, com projetos na área da restauração, recorda a sua infância na quinta com carinho: “Era o paraíso. Podíamos brincar, respirar ar puro, diferente do da cidade, conhecer os animais, passear pelas matas. Foi uma muito importante para mim e para a minha família”, conta à NiT.
A experiência também lhe permitiu conhecer outros jovens da aldeia, com quem mantém contacto até hoje. “Passar férias ali fez-me conhecer pessoas que, normalmente, não encontraria. Isso criou uma forte ligação à terra e às suas gentes”, confessa. Esta ligação forte à quinta é transmitida de geração em geração; a sua filha, Janeca, costuma dizer que a propriedade “dá anos de vida”. Afinal, é um lugar onde se cruzam “a história e juventude, o legado e a partilha”.
Há cinco anos, porém, a quinta esteve perto de perder um capítulo importante da sua história. Um incêndio numa das casas, causado por uma lareira, obrigou a família a tomar uma decisão difícil. “Tivemos de ponderar a demolição, mas era algo que me custava imenso”, afirma.
Pertença da família há mais de um século, a casa era um local de encontro, repleta de memórias. Por isso, em vez de a demolir, João Teixeira decidiu reconstruí-la, mantendo a estrutura original e transformando-a num projeto de turismo rural.
“Queria partilhar a experiência de viver numa quinta, o privilégio que o campo oferece”, explica. Para o empresário, “a pureza do ar, a liberdade longe do sem o stress da cidade, a vida tranquila e o calor da família à lareira e à mesa” são o verdadeiro luxo.
A reconstrução demorou dois anos e a Quinta da Janeca, nome escolhido em homenagem à filha, abriu em modo soft opening em setembro. O empreendimento turístico dispõe de quatro alojamentos, incluindo a Casa Grande, totalmente recuperada após o incêndio, que combina “conforto e charme rural”. Os hóspedes podem escolher entre vários quartos, cada um com o nome de um familiar: Tio Xico, Tia Miluxa, Janeca e Tia Teresa.
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Espalhadas pela propriedade estão outras três casas: a das Bonecas, que chegou a ser uma escola primária e, mais tarde, foi transformada na casinha das bonecas, onde a Janeca brincava com os primos. É o apartamento mais “pitoresco e acolhedor”, com um quarto espaçoso com casa de banho privativa e sala equipada com uma kitchenette.
Os outros três alojamentos oferecem diferentes tipologias: a Casa das Bonecas, uma antiga escola primária transformada num acolhedor apartamento; a Casa do Tanque, com dois apartamentos, cada um com um quarto, casa de banho e kitchenette, e situada junto a um tanque de pedra (futura piscina); e a Casa do Lagar, um T2 com capacidade para seis pessoas, construída sobre o antigo lagar, com a melhor vista da quinta. Quanto à decoração, procuraram que fosse “o mais simples possível”, mas “com bom gosto”.
A Casa Grande inclui ainda uma cozinha comum com chão de pedra original, zona de refeições, duas salas e uma varanda. O exterior dispõe de um amplo jardim com pinheiros com mais de sete décadas. Também será construída uma piscina de pedra, prevista para o verão.
Os preços da estadia variam consoante a tipologia escolhida, mas os valores rondam os 160€ por noite, com pequeno-almoço incluído. As reservas podem ser feitas online.
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