Em tempos pertenceu ao Mosteiro Beneditino de Alpendurada, mas foi a produção do vinho verde, desde o século XVIII, que a tornou conhecida em Marco de Canaveses. Com uma área aproximada de 28,7 hectares, a Quinta do Vilacetinho foi um dos primeiros produtores da região demarcada dos Vinhos Verdes — e agora será transformada num hotel de cinco estrelas.
O projeto hoteleiro declarado de “relevante interesse público” foi aprovado esta terça-feira, 15 de abril, em Diário da República. O despacho de aprovação confirma assim que a quinta histórica em Alpendurada vai dar origem ao Vineyard Hotel Vilacetinho, que terá capacidade para 130 camas e 60 unidades de alojamento.
A unidade estará pronta depois de um processo de reabilitação e adaptação do edifício existente e irá contar com três núcleos de alojamento, sala de degustação e museu do vinho. Outro destaque será o spa, que terá piscina interior, jacuzzi, banho turco, duche tropical, cromoterapia, sauna, ginásio e sala de massagens.
Entre as áreas comuns do hotel vínico destacam-se ainda o restaurante, a piscina com um bar de apoio, sala de reuniões e uma biblioteca. O projeto, que foi submetido pela Sociedade Agrícola Casa de Vilacetinho, representa um investimento de 12,4 milhões de euros, “com recurso a capitais próprios”, estando prevista a criação de 80 novos postos de trabalho.
Atualmente, a Quinta do Vilacetinho é composta por dois núcleos: a Casa de Vilacetinho, a sudoeste, com um solar enquadrado por um jardim formal de buchos, vinha e capela; e a Casa de Ventoselas, a norte, que inclui um edifício habitacional e outras edificações e estruturas de cariz agrícola.
“A Quinta de Vilacetinho, pela sua dimensão, é uma propriedade única no contexto da região onde está integrada, onde se destacam as características agrícolas excepcionais”, lê-se no site.
Elogiados em todo o mundo, os vinhos da Casa de Vilacetinho já protagonizaram alguns dos momentos mais marcantes nesta área. Uma dessas memórias remonta a 1957, ano em que Portugal recebeu a visita da rainha Isabel II, a quem foi servido um vinho da marca, escolhido pelos próprios ingleses entre os vários lotes apresentados.