Quando o trisavô de Teresa Sampaio comprou uns terrenos em Felgueiras, ano século XIX, pouco ou nada existia por lá, à exceção de uns celeiros antigos. A propriedade, que inicialmente se dedicava à produção de vinhos tintos, começou a ser transformada pelo então proprietário, Alexandre Sampaio, que abandonou a carreira médica no Porto para se dedicar inteiramente à vitivinicultura. Assim nasceu a Quinta de Botas, que permanece sob a gestão da família Brito Sampaio.
Só na geração seguinte, quando a propriedade de 20 hectares passou para o avô de Teresa, é que começou a ser construída a casa principal e outros anexos à sua volta. “Lembro-me de passar aqui as minhas férias de verão, de passar os dias na piscina com a minha irmã e de brincar com os animais. O meu avô adorava fazer espetáculos para nós”, começa por contar à NiT a jovem de 28 anos.
Teresa, que sempre viveu no Porto, considera que os momentos passados na quinta da família foram “um verdadeiro privilégio”. “Nem todos têm a sorte de crescer a trabalhar na terra e a ter contacto com os animais”, destaca.
As suas profundas ligações à região, localizada no centro da Região Demarcada dos Vinhos Verdes, motivaram-na a mudar-se para Felgueiras há cerca de um ano, após concluir a licenciatura em Turismo. “A minha avó já estava numa idade avançada e decidi ficar aqui com ela, ao mesmo tempo que recuperava a casa, que já se encontrava bastante degradada”, explica.
Assim que chegou a Felgueiras, Teresa começou a desenvolver um espaço de turismo rural que pudesse também acolher grandes eventos, como casamentos. No entanto, a transição revelou-se difícil e demorada, uma vez que as casas e os antigos celeiros estavam em condições tão precárias que os tetos quase desabaram.
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“As estruturas principais mantiveram-se, mas o resto foi tudo alterado, desde a eletricidade à canalização”, diz. As obras arrancaram em setembro de 2023 e, precisamente um ano depois, o espaço recebeu o seu primeiro casamento.
Com 20 hectares de terreno, há a possibilidade de realizar eventos completamente diferentes, em cenários distintos. “Já organizámos um casamento perto de um campo de badmínton, outro mesmo no meio da floresta e ao pé das vinhas. Disponibilizamos todo o espaço, então podem usar a imaginação à vontade”, diz.
Nesses dias, é possível colocar várias mesas e cadeiras no exterior, onde são feitas as refeições. À noite, o cenário fica iluminado. Quanto à capacidade, a responsável revela que geralmente recebem eventos com cerca de 150 e 200 convidados. Em breve, estará finalizada uma sala grande que pode funcionar como pista de dança, bem como uma cozinha industrial para dar mais apoio aos eventos.
Além dos casamentos, o espaço vai funcionar também como turismo rural, assim que as obras nos quartos estiverem terminadas — algo que deverá acontecer em abril. Nessa altura, os hóspedes podem escolher pernoitar numa das quatro casas: a do Celeiro, da Figueira, de Botas e a do Cimo de Villa. Todos têm paredes em pedra, e estão espalhadas pelos seis hectares de vinha.
Os clientes terão ainda acesso a uma cozinha com forno de lenha e a toda a área exterior, que inclui uma piscina e um campo de badmínton. Outra sugestão é perderem-se na imensidão do bosque, tão grande que “todos os dias se descobrem novos caminhos”.
As reservas já podem ser feitas através das redes sociais. Os preços da estadia vão oscilar entre os 80€ e 100€.
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