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Receberam ordens de despejo, mas os proprietários das casas do Zmar recusam-se a sair

Desde março de 2021 que o primeiro eco-resort de Portugal, situado na Zambujeira do Mar, está em processo de insolvência.
Mais uma polémica.

Inaugurado em junho de 2009, o Zmar, situado na Zambujeira do Mar, tornou-se no primeiro eco-resort em Portugal. Tudo estava a correr bem, até que chegou a pandemia, em 2020, e o espaço acabou por ser gradualmente abandonado. Desde março de 2021 que está em processo de insolvência — e 50 proprietários de casas de madeira receberam, em janeiro deste ano, ordens de despejo.

Os donos das habitações tinham que abandonar o espaço no prazo de 60 dias (e sem direito a indemnização), segundo a ordem judicial, mas recusam-se a sair do parque de campismo, avança a SIC Notícias. Depois de terem recebido a ordem de despejo, cerca de 140 famílias recorreram ao tribunal e tiveram os contratos reconhecidos, o que significa que não podem ser mandados embora.

O problema é que o parque de campismo de Odemira deverá ser comprado em breve, por cerca de 10 milhões de euros, pela empresa espanhola Sunny Resorts, que quer o espaço vazio. Contudo, os proprietários não aceitam dinheiro para sair do parque, mas querem ser indemnizados pelos danos causados. O Zmar Eco Campo Resort, que está em processo de insolvência, tem um total de 270 casas de madeira — 190 delas pertencem a proprietários privados.

Esta não é a única polémica ligada ao Zmar. Em maio de 2021, o espaço foi requisitado pelo governo para servir de alojamento a imigrantes que trabalhavam nas empresas de exploração agrícola na zona de Odemira. Porém, os trabalhadores tiveram de ser retirados do resort e realojados pela autarquia, depois da aprovação pelo Supremo Tribunal Administrativo de uma providência cautelar avançada pelos proprietários das casas.

Recorde-se de que o Zmar foi inaugurado em junho de 2009, numa área com 81 hectares, que inclui um eco hotel. Já ganhou diversos prémios, sobreviveu a um incêndio e estava num ótimo ritmo em 2020, até chegar a pandemia que obrigou a empresa a cancelar todas as reservas.

“Íamos lançados. Já tínhamos a Páscoa toda vendida, grupos vendidos, o verão a vender de vento em popa. Tivemos que fechar”, disse à NiT Francesca de Mello Breyner, responsável de marketing do projeto do pai, Francisco de Mello Breyner, numa entrevista em maio de 2020.

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