No município de Oleiros, no interior do centro do País, está escondido um dos retiros de bem-estar portugueses com mais referências em todo o mundo. Rodeado por árvores e imerso na natureza em estado puro, o Vale de Moses é tão bonito como a história do casal que fez nascer o projeto.
Andrew Winter e a mulher, Vonetta Winter, deram início a esta aventura em setembro de 2007, seis meses depois de uma viagem de um ano pelo sul da Europa numa autocaravana com os filhos Joshua e Eloise, de dez e oito anos, e o golden retriever, Moses. Cansados do ritmo apressado no sudoeste de Londres, a família colocou o trabalho e a escola em pausa durante o ano para uma aventura glorioss. O objetivo era, sem pressas, perceber se existia na Europa um lugar mais sustentável e conectado à natureza.
“Nós vivíamos em Londres e, há 15 anos, decidimos comprar uma autocaravana para explorar a Europa para conhecer as diferentes culturas. Sete meses depois, quando chegámos a Portugal, encontrámos uma casa que tinha exatamente o nome do nosso cão”, começa por contar à NiT Andrew Winter, de 50 anos.
Depois de conhecerem países como França, Itália e Espanha, encontraram esta antiga fazenda abandonada numa floresta, perto da pitoresca vila de Amieira, com o nome Moses. Por mera curiosidade, decidiram entrar e explorar a propriedade. Como não havia ninguém para mostrar à família a fazenda — e como ainda não eram fluentes em português e não conseguiam comunicar com os aldeões —, foi o companheiro peludo que lhes mostrou o caminho pelos trilhos da floresta, até chegaram à casa que encontraram online.
Assim que conheceram Amieira, aquela tal busca por um lugar no meio da natureza terminou. Encontraram em Portugal tudo aquilo que precisavam para se estabilizarem aqui. “Quando conhecemos a cultura portuguesa, todos a adorámos. Não sabíamos que era uma cultura tão linda. Gostámos tanto que decidimos vender tudo o que tínhamos em Londres para criar uma nova vida nesta quinta”, recorda o dono do Moses.
Depois de cinco anos de trabalho de restauração e paisagismo para criar um modo de vida mais auto-sustentável, o Vale de Moses recebeu os primeiros hóspedes em 2012. “Começámos por restaurar as quatro casas de pedra xisto da propriedade e abrimos as portas para ser um retiro de ioga, até porque quatro casas eram muito para nós”. A ideia de transformar esta antiga fazenda num retiro de ioga surgiu porque a mulher Vonetta, com 49 anos, foi professora desta prática durante mais de 25 anos.
Cinco anos após a abertura e depois de terem sido a casa de centenas de convidados de todo o mundo, foram destacados pela revista “National Geographic” como um dos cinco melhores retiros da Europa e mencionados noutras revistas internacionais como a “Forbes”, “The Guardian” e o “The Telegraph”, apesar de estarem localizados “num sítio tão remoto e isolado, no meio da floresta e sem nada à volta”.
No Vale de Meses, o objetivo é que os hóspedes possam passar uma semana a praticar ioga e “descontrair na floresta ao som dos pássaros e ver sem pressas o pôr do sol”. Geralmente, os retiros começam num domingo e terminam exatamente sete dias depois.
Além das quatro casas de xisto que foram recuperadas pela família, o Vale de Moses dispõe ainda de tendas de sino que oferecem uma experiência imersiva e confortável. As tendas, abrigadas entre as árvores, têm acesso à eletricidade e estão equipadas com fogões a lenha e todos os materiais de floresta necessários para se manter aquecido durante as noites mais frias.
A adega, construída na encosta da montanha, é também um espaço onde os hóspedes podem dormir. É composta por três quartos equipados com um fogão a lenha, cada um com camas de solteiro.
Apesar de não existir quartos com casas de banhos privativas, os hóspedes podem encontrar os duches perto de cada uma das acomodações. As casas de banho utilizam um sistema de compostagem seca que preserva a água e, ao mesmo tempo, alimenta a terra. Os chuveiros são ao ar livre, aquecidos por energia solar, de modo a minimizar a dependência da eletricidade.
“As camas têm colchões portugueses de qualidade, todos com lençóis de algodão, cobertores, redes de mosquito e almofadas. Uma boa noite de sono também é uma parte essencial do nosso retiro”, explica.
Perto de uma das casas de xisto, os hóspedes encontram uma piscina natural e um deck com espreguiçadeiras e várias redes onde se podem sentar.
“Este é um espaço muito importante para encontrar quem somos. É um retiro onde as pessoas tiram tempo para elas próprias e isso é muito importante para a nossa saúde mental”, sublinha Andrew.
Os preços dos retiros de uma semana dependem sempre do alojamento, mas vão dos 900€ aos 1300€, com tudo incluído. O programa inclui três refeições por dia, duas aulas por dia, e tempo suficiente para os visitantes aproveitarem o spa e explorarem a natureza, sozinhos ou acompanhados.
Carregue na galeria para descobrir este refúgio no meio da floresta e que é um dos melhores retiros de ioga do mundo.