O sonho de ser dono de uma aldeia inteira foi sendo alimentado ao longo de vários dias, assim que se soube que a localidade de Salto de Castro estava à venda. Foram dias curtos, porque ao fim de pouco mais de duas semanas, a aldeia espanhola foi arrebatada por um valor acima do preço de venda.
A notícia foi avançada pelo portal “Idealista”, que anunciou que o conjunto de 44 casas situado na fronteira — e a meros 60 quilómetros de Bragança — foi comprado por Oscar Torres. O empresário pagou 300 mil euros, 15 por cento acima do valor inicialmente pedido, e tem em vista um projeto de turismo rural.
“Recebemos ofertas da Arábia Saudita, Rússia, Brasil, Reino Unido. Investidores de mais de 20 países procuraram-nos”, revelou o representante dos proprietários da aldeia, citado pelo “Idealista”. Apesar de revelarem ter recebido propostas perto dos 600 mil euros, Torres, que é CEO da construtora Iniciativas Faos, foi quem ficou mesmo com o imóvel.
Salto de Castro, abandonada desde 1989, terá assim oportunidade de seguir uma nova vida. A localidade inclui 44 casas, um hotel, uma igreja, uma escola, um edifício da Guarda Civil e uma piscina municipal.
Construída nos anos 40, serviu de casa aos trabalhadores que ajudaram a construir a barragem de Castro. A Iberduero, empresa responsável pela construção, haveria de transferir os trabalhadores, o que levou à desertificação da localidade.
Os únicos que por lá têm passado são turistas e curiosos, desejosos de conhecerem um local parado no tempo. Os atuais proprietários compraram Salto de Castro no início do século e nos planos estava a criação de um alojamento turístico, mas a crise impediu que o investimento seguisse o seu caminho.
Vários anos depois, o pesado custo da manutenção levou a que fosse mesmo necessário vender o aldeamento. Assim que o anúncio se tornou público, o interesse por Salto de Castro disparou e recebeu milhares de visitas, além de atenção de órgãos de comunicação social em vários países.
Segundo Ronnie Rodríguez, representante dos proprietários, houve mais de 300 empresários interessados em ficar com aquele pedaço de terra numa Espanha, que ficou conhecida por ser uma espécie de deserto, dada a baixa densidade populacional.