São más notícias para quem tem viagens marcadas com a TAP para a última semana de janeiro. Depois da greve dos tripulantes de cabine da companhia aérea nacional levada a cabo nos dias 8 e 9 de dezembro, a próxima paragem já está está marcada.
Os funcionários apresentaram o pré-aviso no dia 10 de janeiro e parece que vai mesmo acontecer. O anúncio foi feito pela TAP esta quinta-feira, 19 de janeiro, depois de os associados do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil terem rejeitado, em assembleia-geral, a proposta da transportadora e decidirem manter o pré-aviso de greve.
A paralisação de sete dias confirmada pelo sindicato dos tripulantes terá um custo direto para a companhia de 48 milhões de euros, de acordo com estimativa feita pela empresa. É, ainda, admitido um maior valor, se considerados os 20 milhões de euros de perdas potenciais devido à esperada quebra de vendas para os outros dias. “Com esta nova paralisação serão cancelados 1316 voos e afetados 156 mil passageiros”, destacou a TAP.
No mesmo documento, a empresa considera que a decisão de avançar com a greve “deita por terra todo o trabalho de aproximação entre as partes, deixando milhares de clientes da TAP com os seus planos defraudados e afetando seriamente os resultados da companhia”.
Ainda que tenham registado “um considerável avanço” nas discussões com o sindicato — nas quais diz ter aceitado “grande parte das reivindicações apresentadas” —, das 14 propostas feitas pelo sindicato na negociação do acordo de empresa, foram aceites 12, o que representa 85 por cento. As duas que foram recusadas dizem respeito a níveis de entrada e respetivos pagamentos — uma matéria que está a ser tratada em tribunal — e colocar mais um chefe de cabina nos aviões de longo curso porque, argumenta a empresa, a retirada deste elemento foi aprovada pelo sindicato e seus membros quando foi negociado o acordo de emergência assinado em 2021.
Esta cedência, segundo argumenta a transportadora, “significaria vários milhões de euros, acrescidos ao esforço que já representam todos os pontos aceites, além de colocarem a TAP em desvantagem competitiva com os seus pares que têm hoje menos um elemento também”.
A empresa garante estar, porém, a preparar um plano de contingência para minimizar os transtornos causados aos passageiros. Será, então, ajustada a operação e flexibilizada a mudança no agendamento das viagens e dos reembolsos dos bilhetes.
Os tripulantes já tinham realizado uma greve de dois dias a 8 e 9 de dezembro, com um custo estimado pela TAP de oito milhões de euros. O valor das perdas agora previsto pela empresa é maior — quase sete milhões de euros contra quatro milhões de euros por dia.