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Aos 68 anos, Norberto Serpa deu a volta ao mundo num iate

Ao longo de mais de 50 mil milhas náuticas, o açoriano navegou sem rumo e passou por destinos como Bali e Malásia.

Em novembro de 2018, Norberto Serpa, de 68 anos, prometeu que iria dar a volta ao mundo a bordo do seu iate de 16,50 metros. Volvidos sete anos, o objetivo foi alcançado a meio de maio, após ter chegado à ilha do Faial, nos Açores, de onde é natural.

Ao longo de mais de 50 mil milhas náuticas, o ex-skipper (nome dado ao comandante de uma embarcação) navegou sem rumo certo a bordo do seu Taka III, um veleiro que tem mais de 20 toneladas, mas que, apesar do peso, provou ser útil — e confortável — para esta ambiciosa missão.

“Fiz várias travessias no Atlântico com outros amigos antes de comprar este barco, mas nunca tinha saído do Atlântico e tinha sempre aquele sonho de um dia ter um barco meu e poder fazer isto”, disse o açoriano à “Lusa”, aqui citado pelo “Sapo”.

A aventura não foi feita sozinho: durante grande parte da viagem, tinha conhecidos a bordo do seu iate. “Apenas entre Bali e Singapura e entre Singapura e Malásia é que andei praticamente sozinho, ao longo de mais de mil e tal milhas.”

Embora tenha estado quase sempre no mar, Norberto Serpa nunca se sentiu aborrecido, visto que, antes de partir na viagem à volta do mundo, era proprietário de uma empresa que realizava atividades marítimo-turísticas e observação de baleias e golfinhos, algo que voltou a pôr em prática durante este período.

A rota também o ajudou a perceber que, no que diz respeito à proteção marinha, os Açores são um verdadeiro exemplo. “Estão muitos anos à frente em relação ao ambiente, em relação à preservação do nosso ecossistema e em relação às áreas marinhas protegidas”, garante.

No entanto, nem tudo é positivo no arquipélago: Norberto pede que as autoridades tomem medidas para proteger algumas zonas de pesca, nomeadamente o banco Princesa Alice, a sul do Pico, onde existem várias atividades a decorrer em simultâneo, mas sem a devida coordenação e segurança. “Chego lá e tenho quatro e cinco barcos a fazer mergulho, a pescar de salto e vara, caçadores de caça submarina. Qualquer dia há um acidente e matam dois ou três mergulhadores num instante.”

Apesar de ter acabado de regressar ao Faial, o empresário já está a pensar na próxima aventura que, naturalmente, será menos ambiciosa, mas igualmente invejável: vai navegar até Florianópolis, no Brasil, conhecida como a décima ilha açoriana — uma descrição que lhe foi dada graças à imigração no século XVIII, que foi fundamental para a formação e desenvolvimento da cultura local.

Carregue na galeria e veja algumas fotografias do viajante.

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