Quando os noivos revelaram a Betina Vass a ideia de se casarem no topo de um glaciar, a fotógrafa sabia que estava perante uma oportunidade única. Apesar das dificuldades para chegar ao cimo do túnel gelado, a jornada foi um momento mágico para os três envolvidos, que tiveram de ser acompanhados por um guia treinado.
“Fizemos uma paragem na majestosa cachoeira de Seljalandsfoss para algumas fotografias deslumbrantes”, recorda a artista, que já treinava para aquele que poderia ser o retrato de uma vida. Chegados ao Katla, que é também um vulcão ativo na Islândia, faltavam 10 minutos para a cerimónia. A pressão não afetou o resultado.
A aventura valeu à fotógrafa islandesa a vitória no Prémio Internacional de Fotógrafo de Casamentos de 2024. A oitava edição da iniciativa, que distingue as melhores imagens de noivos pelo mundo, selecionou 11 trabalhos entre milhares de submissões, apresentadas por 450 fotógrafos de 63 países.
A par do campeão e do vice-campeão, há ainda vários nomes distinguidos em categorias como “Preto e Branco”, “Retrato de Casal” ou “De cima”. Com o mesmo trabalho, Vass triunfou nas categorias de “Artista Emergente” e “Localização épica” e recebeu cerca de 8.900 euros de prémio.
Cada artista ilustrou o companheirismo e a entidade dos protagonistas mantendo o seu ADN. Alguns apostaram no uso de detalhes como o toque físico, outros apostarem técnicas que trabalham a luz, a perspetiva e a escala e houve quem preferiu olhar para cenários improváveis.
Uma das representações mais emocionantes mostra as mãos de uma avó idosa no rosto jovem da noiva. A ideia fez com que Kemran Shiraliev fosse escolhida entre centenas de imagens a preto e branco.
“Tento manter a fotografia interessante não apenas para meus clientes, mas para impressionar outros fotógrafos, para que possa ser considerada arte”, lê-se no testemunho online.
Existem ainda imagens que mostram o lado mais divertido de uma cerimónia, como na vencedora da categoria “Equipa I Do”, tirada por Cristopher Perkins. Captada num teatro, explora a forma como o casal decidiu criar uma experiência memorável para todos os convidados.
“Quando o Alex e a Bridget me abordaram para ser o fotógrafo do casamento, falaram-me sobre um antigo teatro que encontraram numa pequena cidade chamada Dungog [na Austrália]”, conta o autor. “Já tinham a ideia de uma foto de grupo logo após a cerimónia, com todos a usar óculos 3D e a comer pipocas, mas não tinham a certeza se, tecnicamente, isso seria bem captado.”
Uma das novidades deste ano foi a categoria “Artista Emergente”, criada para realçar o talento de artistas com cinco ou menos anos de carreira. “Muitos de nós tivemos de fazer malabarismos com outras profissões para subsidiar o nosso rendimento. Sou também educadora de infância”, confessa Bettina Vass.
Esta edição dos prémios internacionais foi “a maior até à data”, revelou o curador, Luke Simon, que sublinhou um aumento de 50 por cento no número de inscrições de várias partes do mundo.
“A indústria da fotografia de casamentos está repleta de fotógrafos de grande talento.”
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