Aos pés do World Trade Center, em Nova Iorque, nasceu um brilhante edifício de mármore em forma de cubo. Trata-se do Perelman Performing Arts Center, o novo centro de artes cénicas dos EUA, inaugurado no dia 13 de setembro, quarta-feira. Fica junto ao local conhecido como “Ground Zero”, que substituiu as torres gémeas e onde existe um memorial e um museu em homenagem às vítimas dos atentados do 11 de setembro, em 2001.
O projeto, concebido há duas décadas, faz parte do plano de restauração da região criado por Daniel Libeskind. Segundo os moradores, há algum tempo que Manhattan precisava de um espaço que reunisse, num só lugar, teatro, dança, música e ópera.
Contudo, o grande destaque do Performing Arts Center é mesmo a arquitetura do edifício. Trata-se de uma estrutura em forma de cubo com 42 metros de altura. Para a construção da fachada, foram utilizadas três mil toneladas de mármore extraídas da pedreira de Granoguli, situada perto de Vila Viçosa, no distrito de Évora.
“Esta é daquelas obras que só se fazem uma vez na vida. É tudo em mármore”, confessa Manuel Simões, da empresa proprietária da pedreira onde foi extraída a pedra, citado pela CNN Portugal. O português adianta ainda que se tratou de um projeto complexo, que exigiu “um trabalho com muito critério e seleção”, uma vez que as fachadas são “precisamente iguais”.
Além da extração, a primeira transformação da pedra foi feita por uma empresa com sede em Leiria. A LSI Stone foi escolhida para criar o revestimento exterior do imóvel. A “pele do edifício”, feita em placas de mármore muito finas, permite que a luz entre durante o dia num espaço sem janelas. À noite, a área pode ser iluminada pela luz proveniente do interior.
No total, foram utilizados 1.800 painéis de mármore, com 1,5 metros por 90 centímetros, em cada uma das quatro fachadas. Começaram por ser extraídos e cortados em Portugal e foram depois acabados com vidro em França, antes de serem montados na forma final na Alemanha. A empreitada é considerada como uma “ode à Europa”.
“É muito gratificante vermos a qualidade da nossa produção e das nossas matérias-primas reconhecidas fora de portas e é particularmente inspirador temos a nossa marca associada a uma obra de referência e com tanto significado, não só para o povo americano, mas também para o mundo”, refere Regina Vitória, diretora-geral da LSI Stone, citada pela “Rede Mulher Líder”.
A escultura cúbica de mármore translúcido é dotada de tecnologia de ponta para dar suporte às artes e espetáculos nas mais variadas áreas — teatro, dança, música e outros eventos culturais. As apresentações no palco, por exemplo, podem ser vistas através de realidade virtual e aumentada.
O John E. Zucotti Theatre, com capacidade para 450 pessoas, o Mike Nichols Theater, com espaço para 250, e o Doris Duke Theatre, da mesma dimensão, são os três palcos principais. Contudo, existe mais uma particularidade neste projeto: os teatros são flexíveis. Ou seja, as paredes dos três auditórios podem ser movidas, criando assim 11 espaços diferentes, cuja capacidade pode variar entre os 99 e os 950 lugares.
O nome do novo centro de artes é uma homenagem a um dos maiores mecenas do projeto, Ronald O. Perelman, um dos empresários mais ricos e influentes do mundo. Além dos espetáculos, o edifício tem um bar, um terraço e um restaurante liderado pelo aclamado Marcus Samuelsson, chef de cozinha do famoso Red Rooster, também em Nova Iorque.
O edifício está dividido em três andares. No primeiro piso, o público pode aproveitar para beber ou comer numa das zonas de bar. O segundo andar é dedicado às salas de ensaios e aos camarins. Os palcos ficam no terceiro piso. O enorme cubo tem ainda uma longa escadaria no exterior onde os visitantes se podem sentar com vista para o Memorial do 11 de Setembro.
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