Viagens

Com apenas um líder, esta agência de viagens quer ser a “mais pequena do mundo”

O Trilhos da Terra foi lançado em fevereiro por Bernardo Conde, um apaixonado por fotografias e viagens.
Nasceu em fevereiro.

Bernardo Conde nasceu em Aveiro, bem perto da praia da Barra, e tudo o que mais queria nessa altura (e ainda hoje) era andar ao ar livre. Passou a infância no meio da natureza e, aos nove anos, lembra-se de fazer uma roadtrip com os tios, com paragens em todas as praias e faróis. Foi aí que nasceu o “bichinho” das viagens que, mesmo após quatro décadas, nunca desapareceu. Agora, aos 46 anos, lançou, no início de fevereiro, a sua própria agência de viagem: o Trilhos da Terra.

Desde novo que se apaixonou pela arte da fotografia e, aos 18 anos, começou a colecionar várias formações relacionadas com a imagem, apesar de ter seguido outra área profissional: engenharia do ambiente. “Cheguei a 2007, estava naquela crise profissional de não gostar do que fazia. Então, nos meus tempos livres, lancei os Trilhos da Terra como um plano B de vida, um complemento a nível profissional para fazer coisas que me estavam a apaixonar”, conta à NiT Bernardo Conde.

Não é que não tivesse “uma costela de engenheiro de ambiente”, mas a verdade é que não estava realizado profissionalmente e procurou um complemento a essa atividade. Na altura, o Trilhos da Terra ainda não era uma agência de viagens, mas sim um projeto onde organizava workshops e percursos pedestres com saídas fotográficas. Até que foi ganhando fluidez e, a dada altura, “começou a incluir tertúlias de viagens” e “as coisas foram evoluindo naturalmente”.

Bernardo Conde.

Acabou por deixar o trabalho como engenheiro de ambiente e, há cerca de oito anos, começou a ser líder de viagens de grupo com a Nomad. Em 2017 teve a ideia de criar um Festival Internacional de Fotografia e Vídeo de Viagem e Aventura e, com a ajuda de três amigos, organizou o famoso Exodus Aveiro Fest, que recebe os viajantes, fotógrafos e videógrafos mais galardoados do mundo para falar sobre as suas vivências.

Com mais de 10 anos de experiência, tudo estava a correr bem, até que chegou a pandemia. As fronteiras fecharam, as viagens foram canceladas, os eventos adiados. “O ano passado foi o ano para retomar o Nomad, não tive tempo para os Trilhos da Terra e pensei que a ideia ia morrer. Não queria deixar morrer o projeto e queria continuar a fazer aquilo de que realmente gostava”, diz. Então, a solução foi converter os Trilhos da Terra para uma agência de viagens.

“Tenho a ambição de ser a agência de viagens mais pequena do mundo. Quero ser só eu, quero estar no terreno”, sublinha. A sua única preocupação é organizar viagens “que façam as pessoas felizes” e que as faça aproximar-se “da natureza e de outras culturas”. Afinal, esses são os dois vetores principais das viagens organizadas pelo Trilhos da Terra: a natureza e a cultura.

“A filosofia é conectar-nos ao máximo com as comunidades locais e, sobretudo, compreendermos melhor, do ponto de vista da conservação da natureza, os países que visitamos. As viagens são as maiores escolas da vida”, diz o fotógrafo e líder de viagens.

Neste primeiro ano de Trilhos da Terra já foram lançados quatro destinos: Bulgária (1100€ por pessoa), Islândia (2270€ por pessoa), Madagáscar (1370€ por pessoa) e o Caminho de Santiago Original (970€ por pessoa). A escolha da Bulgária foi por ser “um destino muito subestimado, que não passa pela cabeça das pessoas que possa ser tão bonito”.

Por outro lado, Bernardo Conde costuma apresentar-se como um “viking africano”. “A Islândia é uma das minhas paixões, adoro as paisagens nórdicas, gosto muito mais do frio do que do calor”, conta. Contudo, Madagáscar também o conquistou e estabeleceu a tal ligação a África. “Mais do que as paisagens, para mim tem a dimensão humana, vamos para uma nova realidade e é uma grande lição de vida”, diz.

No meio destes três destinos, decidiu lançar ainda uma experiência do Caminho de Santiago. “Sinto que há pessoas que gostavam de fazer, mas não sabem bem por onde começar. Quis abrir a porta a essa possibilidade. Sinto que lhes vou dar o chip certo para sentirem o conforto de  uma viagem organizada, mas sem perder o espírito verdadeiro do que é fazer o Caminho de Santiago”, explica. É por esse motivo que, nesta viagem em específico, não levará mais do que 10 pessoas no grupo, para que possam viver tudo de forma inesquecível.

Quanto às datas e aos programas completos, poderão ser consultados online. Em todas as viagens, estão incluídos no valor os transfers do aeroporto, transportes durante a viagem, alojamento e algumas refeições. Os voos internacionais são pagos à parte.

Carregue na galeria para ver as fotografias da primeira viagem à Islândia organizada pelo Trilhos da Terra.

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