É a terra do gelo e do fogo, o país com o maior número de vulcões ativos da Europa (são 33, no total) e com paisagens naturais tão peculiares que parecem cenários de filmes. Não há nenhum destino no mundo igual à Islândia, com os seus glaciares, praias de areia preta, campos de lava e cascatas imponentes.
A partir do próximo ano, haverá mais um motivo para adicionar este destino à sua bucket list: a Islândia tem uma nova rota. A The Volcanic Way (Rota Vulcânica, em português), que vai ser inaugurada oficialmente no final de 2025, explora as regiões menos conhecidas da ilha.
O desenvolvimento deste projeto começou há quatro anos, com o objetivo principal de incentivar viajantes e moradores a saírem das zonas turísticas para explorar a natureza e aprender mais sobre os vulcões do país. Afinal, os islandeses coexistiram durante séculos com os vulcões, que influenciaram profundamente a sua história e cultura, além de terem desempenhado um papel crucial na formação da paisagem natural única da Islândia.
“Com o projeto, queremos dar aos visitantes a oportunidade de aprender sobre a história e a cultura das regiões e criar uma plataforma onde os interessados podem aprender sobre o poder dos vulcões de uma forma segura e interessante”, revela Ragnhildur Sveinbjarnardóttir, diretor executivo da Visit South Iceland.
Com 700 quilómetros, o trajeto estende-se desde a península de Reykjanes, a sul da capital Reiquiavique, até às proximidades do vulcão Öræfajökull. Pelo caminho, os viajantes ficarão a conhecer oito grandes vulcões no país.
O percurso é feito maioritariamente por estradas asfaltadas, onde o limite de velocidade é de 90 quilómetros por hora, pelo que podem aproveitar a paisagem sem pressa. A rota, que percorre 17 cidades e vilas, deve ser realizada em oito etapas (uma por dia), para ter tempo de visitar museus e centros geotérmicos, com a oportunidade de relaxar nas águas termais.
Primeira etapa
A primeira etapa parte da península de Reykjanes, perto da capital. Aqui, o grande protagonista é o vulcão Fagradalsfjall, que entrou em erupção várias vezes nos últimos anos. Trata-se de uma “maravilha geológica cativante onde o poder bruto da natureza está em plena exibição.”
A paisagem é adornada com campos de lava, pontos geotérmicos e praias isoladas. A Ponte entre Continente, que permite caminhar entre as placas tectónicas que separam a América do Norte da Eurásia, é um dos destaques desta rota.
Segunda etapa
Segue-se Hengill, com as suas colunas de vapor visíveis à distância. O cheiro gerado pelo sulfeto de hidrogénio não vai passar despercebido a ninguém quando se entra no túnel de lava de Raufarhólshellir, exceto aos moradores locais.
Nesta área pode ainda aproveitar para dar um banho no rio do vale de Reykjadalur, visitar a fábrica de energia geotérmica de Hveragerði ou fazer uma caminhada pelo parque geotérmico.
Terceira etapa
A terceira etapa da rota passa por Hekla, considerado o rei dos vulcões, com 1.491 metros de altura — e o que mais entrou em erupção nos últimos anos. Apesar das erupções frequentes (foram 23 só no último milénio) é uma região agrícola fértil onde as pessoas vivem desde a era Viking.
Por aqui pode aproveitar ainda para conhecer as grutas de Hella para aprender mais sobre a história misteriosa da região ou para visitar o vale de Þjórsárdalur.
Quarta etapa
O caminho vulcânico vai seguir até ao Eyjafjallajökul, um vulcão coberto de gelo que entrou em erupção em 2010, com a sua nuvem de cinzas que afetou amplamente o tráfego aéreo na Europa. A erupção causou inundações repentinas e espalhou cinzas sobre quintas e vilas próximas durante mais de um mês, mas também ajudou a estabelecer a Islândia como um destino turístico.
A catástrofe agrícola levou as autoridades islandesas a incentivarem a promoção turística como forma de gerar receitas. Entre os destaques desta zona estão as cascatas mundialmente conhecidas Seljalandsfoss e Skógafoss.
Quinta etapa
Uma das erupções mais recordadas das últimas décadas é a do vulcão Eldfell, nas ilhas Westman, o próximo ponto de paragem na rota. Apesar de ter destruído 400 casas, forçando a deslocação de 5.300 habitantes, no ano de 1973, a pequena aldeia piscatória conseguiu regressar à normalidade. Os visitantes podem agora conhecê-lo ao apanhar um ferry até lá e aproveitar para visitar o museu de Eldheimar, que mostra como os habitantes aproveitaram a lava quente para aquecer as suas casas.
Sexta etapa
Segue-se a vizinhança de Katla, reconhecida pelas suas areias pretas. Enquanto o vulcão em si está escondido sob grossas camadas de gelo, o glaciar ao seu redor, o Mýrdalsjökull, é uma “visão majestosa”. Graças às 20 erupções ocorridas entre 930 e 1918, a região é conhecida pelas praias de areia negra que chamam a atenção dos turistas.
O centro de visitantes de Katla, na aldeia de Vík, é outro destaque, uma vez que apresenta um fascinante espetáculo de lava.
Sétima etapa
Na sétima etapa, os viajantes vão aproveitar as incríveis paisagens da região Lakagígar. “Os vastos campos de lava da região podem parecer sobrenaturais”, lê-se no site oficial da rota.
Duas erupções vulcânicas significativas produziram essas paisagens místicas: a erupção de Eldgjá, no ano de 934, e a de Laki, em 1783. O desfiladeiro de Fjaðrárgljúfur, as colunas de basalto de Dverghamrar, as pseudocrateras de Álftaversgígar e o trilho de lava de Skaftáreldahraun são alguns dos pontos únicos desta região.
Oitava etapa
A viagem termina em Öræfajökull, um estratovulcão com 2.100 metros de altitude, o pico mais alto da ilha, situado na extremidade sul do glaciar de Vatnajökull. Com uma beleza singular, o local possui lagoas glaciares, como a de Jökulsárlón, e campos e bosques exuberantes onde é possível avistar renas selvagens.
Carregue na galeria para ver alguns dos locais que podem ser avistados ao longo da nova rota da Islândia.