É o sonho de muita gente mas poucas pessoas o conseguem: viajar como forma de ganhar a vida. Apesar de tudo, há alternativas alcançáveis para juntar trabalho e viagens e agora há uma nova plataforma criada em Portugal que pode dar uma ajuda.
Entre as muitas coisas que a pandemia veio mudar, está um tema que ao longo dos anos tem vindo a ganhar atenção — o teletrabalho. A forma como muitas empresas se adaptaram em tão pouca mostra que, mesmo com novos desafios que a distância traz, há empregos em que é possível trabalhar à distância.
A ideia de trabalho remoto surge neste contexto mas com uma característica em particular: quem o procura, não está apenas em teletrabalho. Pode mesmo estar no outro lado do mundo, num fuso horário diferente, a trabalhar online.
O Remote Europe é o mais recente site de pesquisa de oportunidades de emprego 100 por cento remotas. O projeto foi construído de raiz por três portugueses, Ricardo Espírito Santo, Diogo Baena e Gonçalo Hall que, além de conhecimentos, partilham uma paixão por este tipo de opção de trabalho e estilo de vida.
O projeto foi criado para preencher uma lacuna que já não havia nos EUA mas que na Europa ainda existia. Em vez de ter a informação dispersa em diferentes plataformas, a ideia era ter numa única plataforma oportunidades de trabalho orientadas precisamente para o trabalho remoto.
Ao espreitar a plataforma Remote Europe, áreas como o design, a programação, análise de dados e cibersegurança destacam-se entre as oportunidades existentes. Os filtros de pesquisa permitem à pessoa procurar por uma oferta que se adeque inteiramente aos seus interesses, e não apenas em termos de área de trabalho.
Além das categorias normais de emprego, é possível pesquisar por propostas de emprego a tempo inteiro, em regime freelance ou apenas temporário. É também possível ver se as ofertas disponíveis foram já pensadas para trabalho remoto, se o trabalho remoto é uma possibilidade (embora não uma certeza) ou se apenas parte do trabalho será remoto.
A ideia aqui é variar no tipo de opções sempre com a mesma filosofia: encontrar um emprego em segurança que possa fazer a partir de qualquer lado do mundo (desde que haja acesso à Internet, claro).
Aos poucos o trabalho remoto tem conquistado mais adeptos na Europa. Em certos aspetos é bastante fácil perceber o porquê: com os preços de rendas elevados em certas cidades e o compromisso de longo prazo que implica comprar uma casa, há quem prefira investir o dinheiro que poderia ser para uma renda em viagens. Desde que consiga ter os projetos prontos a tempo e horas ou consiga cumprir um horário de trabalho, ainda que seja num fuso horário completamente diferente, não tem mal se está no Vietname ou na Patagónia, num cenário bem diferente do das vistas de escritório.