Uma das grandes paixões de João Oliveira sempre foi viajar. Com 39 anos, já visitou mais de 100 países, mas nenhuma aventura o marcou tanto como a que fez na Tanzânia, em 2010. Mais do que ver os animais no seu habitat natural, nunca se vai esquecer da primeira vez que dormiu no acampamento e ouviu “os hipopótamos a fazer um concerto”.
“À noite vamos com as lanternas ver o que se passa à nossa volta. Às vezes, vemos os elefantes a passar. Saber que estamos ali expostos, numa sensação de risco controlada, é uma adrenalina incrível”, conta à NiT o empreendedor, licenciado em engenharia informática.
Para João, que já teve oportunidade de avistar os big five — o leão, elefante, búfalo, leopardo e rinoceronte — pernoitar nas tendas é “a melhor forma de sentir os animais”. Outro dos momentos em que “o coração bate mais forte” é a observar tentativas de caçadas.
“Ainda não apanhei a caçada perfeita, mas já vi várias vezes o animal com um bicho na boca, ao longe. Ou os leões a organizarem-se de uma forma impressionante para atacar as zebras que, por terem o padrão preto e branco, conseguem confundir os predadores”, recorda.
Apesar de ter adorado a primeira experiência de safari na Tanzânia, João detetou “uma série de falhas no serviço”. Começavam pelos sites disponíveis na altura que de, forma geral, “eram muito fracos”, assim como o apoio ao cliente “lento”, com um nível de inglês limitado.
“Não havia grandes opções. E há diferentes formas de encarar os safaris. Há quem prefira fazê-los de forma mais lenta e relaxada. Também senti que os carros precisavam de muito mais manutenção e faltavam uns binóculos de qualidade para melhorar a experiência”, sublinha.
João sentiu que a área “não estava a ser explorada ao máximo” e partilhou esse sentimento com uma pessoa local, que trabalhava no setor do turismo. Em conversa, disse-lhe que gostava de fazer uma parceria e organizar “uma viagem”. Mal sabia que esse seria o início de uma das empresas turísticas mais procuradas da Tanzânia. Uma das mais recentes clientes foi Cristina Ferreira, que visitou o país no início de abril.
Em 2011, João lançou uma empresa com uma “estrutura completamente tanzaniana”, em parceria com um sócio local, mas muito diferente do que é atualmente. Só em 2016 é que viria a ficar exclusivamente com o negócio, ao qual deu o nome Soul of Tanzania, e que tem sede em Vila Nova de Gaia. Pelo meio, lançou também a marca Spirit of Kenya, com um conceito semelhante, no Quénia.
Criado com “amor e com décadas de experiência em safaris”, o Soul of Tanzania surgiu para “oferecer o que nenhuma outra operadora de turismo foi capaz de oferecer”. “Acreditamos que o guia faz um safari. E dedicamos todos os nossos esforços para formar uma equipa que podemos orgulhosamente dizer que é a melhor entre as melhores”, sublinha.
Os safaris
Desde o início que o grande foco são as experiências personalizadas, para grupos privados. Apesar de ser tailor-made, a empresa sugere alguns itinerários básicos, que podem variar entre um a 13 dias. Para João, o número ideal é de cinco a seis dias, para dar tempo de conhecer com calma, por exemplo, o Parque Nacional de Tarangire, famoso pela sua paisagem diversificada, com nove zonas de vegetação diferentes.
O parque possui a maior concentração de elefantes do país e oferece oportunidades únicas de observar a interação entre as famílias destes animais. O rio é também repleto de vida selvagem, desde uma grande variedade de pássaros a leões, leopardos, zebras, girafas e búfalos.
O que nunca pode faltar no roteiro é uma visita ao famoso Parque Nacional de Serengeti. É nesta altura que poderão subir as terras altas que oferecem as melhores vistas para a Cratera de Ngonrongoro.
Com 18 mil quilómetros quadrados, o parque é lar de dois milhões de gnus, centenas de milhares de zebras e todos os tipos de antílopes. O Serengeti, que na língua local significa “planície sem fim”, é também o local ideal para observar grandes felinos e predadores, como os leões, chitas, leopardos e hienas.
Num safari de seis dias, há ainda tempo para ver de perto a cratera onde habitam quase todas as espécies de vida selvagem nativas da África Oriental. “É um dos locais raros em todo o continente onde se pode avistar o rinoceronte-negro. Também é famosa pelos seus elefantes, que são os maiores do mundo e têm presas enormes”.
Outro dos destaques é Lago Natron, localizado na base do único vulcão ativo da África, o Oldonyo Lengai. Cercada por vegetação exuberante com imponentes cascatas que quebram o padrão de cor amarelo encontrado na savana, é um abrigo especial para milhões de pequenos crustáceos, atraindo sobretudo flamingos-pequenos.
Tudo isto será feito a bordo de um Land Cruiser 4×4. Com binóculos de qualidade sempre a bordo, a Soul of Tanzania foi uma das pioneiras a oferecer aos clientes refeições quentes, em vez de “marmitas”, através de parcerias com hotéis. Com recipientes próprios para conservar a comida, fazem piqueniques no meio da savana, um detalhe que, sublinha João, torna “a experiência muito mais glamorosa”.
Em termos de alojamento, o fundador recomenda os acampamentos, onde os turistas podem dormir em tendas grandes com todas as condições necessárias. No final, quem ainda tiver tempo disponível, pode sempre passar uns dias em Zanzibar.
O português já teve oportunidade de fazer safaris noutros países, mas, garante: não há nada como a Tanzânia. “Para mim é a experiência mais bruta e a mais realista. Passamos pela cratera de Ngorongoro, uma caldeira vulcânica inativa que é uma das coisas mais bonitas que existem na terra”, reforça.
Depois, além da experiência na savana, os turistas podem aproveitar para subir ao Kilimanjaro, uma das “montanhas mais icónicas do mundo”, ou mergulhar nas praias de Zanzibar, que estão “ao nível das Maldivas”, tudo experiências que também podem reservar diretamente com a Soul of Tanzania.
Quanto aos preços dos safaris, estes dependem do número de dias e do tipo de alojamento escolhido. Contudo, os valores médios rondam os 2.500€ e os 5.000€. Todas as informações estão disponíveis online.
Carregue na galeria para ver algumas fotografias dos safaris da Soul of Tanzania.
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