Fazer um ano sabático no final do secundário ou da licenciatura é, muitas vezes, o plano perfeito para quem ainda não sabe exatamente o que quer fazer no futuro. Este pode ser um período enriquecedor que permite avaliar várias hipóteses e conhecer diferentes percursos possíveis, através de viagens, de experiências de voluntariado ou até de um estágio específico.
A Gap Year Portugal é uma associação sem fins lucrativos que pretende incentivar os estudantes a um ano sabático, não só para desenvolvimento académico, pessoal e profissional, como para inovar o ensino nacional. Este ano, assinala a sétima edição do seu concurso, em parceria com a Fundação Lapa do Lobo, que premeia um projeto vencedor com uma bolsa monetária, no valor de 6.500€.
A mais recente dupla vitoriosa é composta por dois jovens de 23 anos: o João Almeida e o Manuel Carvalho. “Prá Frente” é o nome do projeto que os vai levar à descoberta do património cultural e natural do sudeste africano, numa viagem de autoconhecimento e voluntariado.
Estes dois amigos são inseparáveis. Conheceram-se em 2015, quando ambos iniciaram o curso de Engenharia Eletrotécnica e Computadores, no Instituto Superior Técnico, em Lisboa.
João Almeida, nasceu em Coimbra e atualmente está a estagiar na Comissão Europeia, em Bruxelas. Como adora novos desafios, revela que este gap year é o realizar de um sonho antigo de conhecer o continente africano e uma forma de: “distanciamento da nossa realidade, relativizar as nossas rotinas e sairmos da bolha de conforto”.
Já Manuel Carvalho, de Lisboa, é um super desportista e participou em projetos de voluntariado e, neste momento, trabalha como consultor na área da tecnologia e programação. Garantindo que esta é “a altura certa de aliar o desejo de contribuir à pura descoberta”, afirma.
Com este novo projeto pretendem implementar soluções inovadoras em comunidades desfavorecidas, através de planos específicos de engenharia. De forma a contribuir para a literacia digital e promovendo o empreendedorismo. Vão demonstrar tudo isto através de entrevistas e conteúdo audiovisual.
Durante 8 meses, vão viajar por terra, iniciando o percurso na Etiópia e, depois, seguem para países como: Quénia, Tanzânia, Uganda, Ruanda, Zâmbia, Moçambique e África do Sul. Neste período de tempo, vão ainda fazer parte de vários projetos de voluntariado nas áreas da natureza e sustentabilidade, educação e empoderamento, e tecnologia e inovação.
Em princípio, esta dupla vai dar início à viagem em outubro deste ano. Porém, a decisão pode estar sujeita a alterações devido à covid-19.

Como funciona este concurso
Existem alguns requisitos obrigatórios para se inscrever no concurso Gap Year Portugal: os candidatos têm de ter o ensino secundário concluído (ou estarem a terminá-lo este ano) ou uma licenciatura concluída. Desde que tenha até 27 anos, é possível tirar um ano sabático.
Este programa financia um ou dois participantes, com uma bolsa no valor de 6500€. O principal objetivo é que os estudantes portugueses possam ter um período de reflexão e desenvolvimento pessoal antes de prosseguir estudos ou entrar no mercado de trabalho. Em que as experiências (voluntariado, estágio, etc.) deste plano são super importantes para futuras decisões.