Foi descoberta na passada sexta-feira, 27 de janeiro, uma múmia com 4.300 anos, envolta em folhas de ouro, na necrópole de Saqqara, no Egito. Pode ser muito bem a mais antiga e completa múmia alguma vez encontrada e terá sido enterrada numa sala localizada a 15 metros de profundidade.
Segundo o arqueólogo Zahi Hawass, antigo ministro das Antiguidades do Egito, o sarcófago de calcário estava perfeitamente selado. “Ao abrir o primeiro sarcófago, vi uma múmia do Reino Antigo. Acredita-se que a múmia, que estava coberta com folha de ouro, tenha 4.300 anos. A descoberta é um achado arqueológico muito importante”, conta à BBC. A múmia estava identificada como um homem chamado Hekashepes.
Foram ainda encontrados outros túmulos, nos quais estava um padre, inspetor e supervisor de nobres chamado Khnumdjedef, que remonta ao reinado de Unas, o último Faraó da Quinta Dinastia (que decorreu entre o século XXV e XXIV antes de Cristo).
“Esta descoberta é importante porque liga os reis às pessoas que viviam entre eles”, explica, desta vez, Ali Abu Deshish, um dos arqueólogos envolvidos na escavação.
A equipa encontrou outra múmia que pertence a um “guardador de segredos e assistente do grande líder do Palácio” — chamava-se Meri e realizava rituais religiosos especiais. E ainda um antigo juiz e escritor chamado Fetek, que estava decorado com uma coleção de estátuas, entre as quais uma que representava um homem com a sua mulher e filho. Foram também registados vários produtos de olaria, que remontam aos séculos XXV e XXI a.C.
A região de Saqqara foi considerada Património Mundial da UNESCO em 1979. Era precisamente nesta zona que estava Memphis, a antiga capital egípcia e composta por dezenas de pirâmides.
Egypt’s Zahi Hawass announced the discovery of group of Old Kingdom tombs in Saqqara
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— Egypt Today Magazine (@EgyptTodayMag) January 27, 2023