Viagens

A guerra continua: Florença também vai proibir novos Airbnb no centro histórico

A cidade italiana vai suspender a abertura de apartamentos turísticos para disponibilizar mais casas à população local.
Acabaram-se os Airbnb.

Após a declaração de guerra de Nova Iorque (nos EUA) à plataforma de reserva de casas mais famosas do mundo, agora foi a vez de Florença. O município italiano pronunciou-se contra o Airbnb esta segunda-feira, 2 de outubro e proibiu o registo de novos apartamentos turísticos no centro histórico. 

Florença aprovou as novas regras na sequência da criação de um pacote de medidas que permitam disponibilizar mais casas para a população local, avança o “The Guardian”. A nova lei permite a manutenção dos arrendamentos de curta duração já registados, mas proíbe novos registos na área classificada como Património da Humanidade pela UNESCO.

“Em 2016, tínhamos menos de seis mil apartamentos anunciados no Airbnb. Agora temos 14.378”, referiu o presidente da Câmara de Florença, Dario Nardella. Para piorar a situação, o custo médio das rendas residenciais normais subiu 42 por cento, no mesmo período. Só este ano, os valores praticados registaram um aumento de 15,1 por cento. 

As autoridades da cidade, um dos destinos de férias mais procurados de Itália, tentam assim libertar espaço para novos moradores, especialmente na zona histórica, onde se concentram atualmente quase três quartos dos apartamentos destinados ao arrendamento de curta duração.

“Estou feliz. Hoje fizemos algo importante, pensando nos florentinos, naqueles que trabalham aqui e não conseguem encontrar uma casa para arrendar, nos jovens casais, nos estudantes universitários”, disse o autarca.

As regras agora aprovadas incluem também uma redução fiscal de três anos para os senhorios que transformem as propriedades turísticas em residências de habitação regular.

Florença é apenas uma das muitas cidades que estão a limitar os arrendamentos de curta duração. Em Dallas (nos EUA), por exemplo, estes foram proibidos em bairros específicos para evitar festas perturbadoras e perigosas. 

O Québec, no Canadá, e Memphis (também nos EUA), também começaram a exigir licenças aos anfitriões. Em São Francisco, os proprietários só podem arrendar as residências 90 dias por ano; e 120 em Paris. Em Amesterdão, esse número é ainda menor: apenas 30.

Num dos mercados mais importantes da empresa, em Nova Iorque, também já entrou em vigor a Lei Local 18 (Local Law 18), que permite regulamentar os arrendamentos de curta duração. O objetivo é combater atividades ilegais e a especulação, numa altura em que os destinos mais turísticos sofrem com a crise habitacional.

A partir de agora, só os anfitriões que moram na cidade é que podem colocar uma casa para arrendar no Airbnb — e têm de estar presentes quando alguém está hospedado. Cada pessoa só poderá ter, no máximo, dois convidados.  

Se estiver a pensar passar férias em Florença, em vez de ficar alojado no centro histórico, pode sempre pernoitar numa incrível casa na árvore nos arredores da cidade. Carregue na galeria para conhecer o alojamento.

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