A América está a viver momentos conturbados a nível político, com as eleições presidenciais a decorrer a 3 de novembro nos EUA, mas há outras votações que também vão alterar o rumo de um país. Há uma cidade no Canadá que vai mudar de nome — e tudo graças aos habitantes.
Há 11 meses foi anunciado que a cidade de Asbestos, no Quebeque, poderia mudar de nome. A votação decorreu a meio de outubro, com quase metade da localidade — que tem cerca de seis mil habitantes — a votar a favor da possibilidade de mudarem de nome. A nova designação foi revelada esta segunda-feira, 26 de outubro, mas esta só surgiu na corrida há apenas duas semanas. Porquê? A controvérsia foi tão grande sobre os nomes propostos pelo conselho municipal que o debate em Asbestos se tornou complicado, enquanto várias e sucessivas sugestões viam a luz do dia.
A cidade começou a desenvolver-se por causa da mina de amianto: “asbestos”, em inglês. Foi criada com a descoberta dessa substância mineira em 1897. Anos depois, soube-se o que agora é conhecimento geral: quando inalado, as fibras de amianto podem ficar presas no corpo humano e causar danos genéticos, ou provocar cancro. Depois de décadas de exploração, aquilo que é um minério natural tóxico foi banido do Canadá em 2018.
De forma a combater a conotação negativa, os responsáveis políticos quiseram mudar o nome, visto que está a prejudicar os negócios locais e o turismo. “Como os cidadãos são os representantes do município é importante que estejam envolvidos”, revelou o presidente de câmara de Asbestos, Hugues Grimard.
Em setembro do ano passado foram anunciadas as quatro propostas de nomes — Apalone, Jefrrey, Phénix e Trois-Lacs. As críticas não se fizeram esperar, com vários habitantes a chamarem os nomes ridículos ou que não estariam orgulhosos de morar numa cidade com qualquer uma dessas designações. Um dos nomes (Jefrrey) seria em homenagem a um dos fundadores da mina e dessa forma estariam a continuar a honrar os responsáveis, diziam.
A confusão foi tanta que os políticos pediram responsabilidade aos cidadãos e criaram uma nova lista com seis nomes —L’Azur-des-Cantons, Jeffrey-sur-le-Lac, Larochelle, Phénix, Trois-Lacs e Val-des-Sources (todos relacionados com o lado francês do Quebeque). O vencedor foi claro, com 51,5 por cento dos votos, sendo que a cidade passa agora a chamar-se de Val-des-Sources, que significa algo como Vale da Primavera. Depois da polémica, a resposta nas redes sociais tem sido, até agora, positiva.
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